terça-feira, dezembro 22, 2009

Feliz Natal

Para todos os que por cá passam. Tudo de bom!

Passarinho ainda em recuperação, rastreio da Gripe A negativo.

Beijos a todas

terça-feira, dezembro 15, 2009

A minha vida dava um filme parte 500

Ante de começar, queria declarar, que os factos relatados, são pura realidade, qualquer semelhança com ficção será mera coincidência.

Eram, 18h30 quando chegamos ás portas da urgência do Hospital Central aqui da região. O cenário que vimos, era digno de qualquer filme de Spielberg (ou outro qualquer com muita imaginação). Um contentor no meio do recinto da entrada das urgências, e vário letreiros com letras garrafais dizendo "Gripe" E setas gigantes indicando o contentor.

Duas figuras espectrais envergando máscaras e luvas, guardavam cada entrada e em todo o recinto, circulavam pessoas com máscaras em grande azáfama. Fechei os olhos e voltei a abrir... Eh pá estamos no "Armagedeon", "no Dia da Independência" ou no "Bin Laden contra ataca"?! Que é isto?!

Á saída do carro, o puto ao ver o arsenal, decide que não quer sair. Eu carregada com a carteira, os RXs, a tentar meter-lhe o gorro e o casaco para o levar para dentro com o mínimo de estragos possíveis. O puto berra e esperneia...

Lá o consigo tirar do carro, e dirijo-me (quão Bree Van Der Camp) à entrada de Pediatria. Um dos espectros enluvados e mascarados dirige-se-me (a mim claro) e pergunta com voz austera:

- O que vem cá fazer?
- Venho cá com o meu filho fazer o despiste da gripe A.

O espectro enluvado, quase já a pôr outra máscara por cima da outra responde-me:

- Ah então tem de se desinfectar e à criança e porem máscaras...
- Olhe lá e como acha que eu vou conseguir fazer isso tudo com a criança ao colo e todas as outras coisas que aqui tenho?
- Ah não pode entrar... Sente a criança ali e desinfecte-se.

Lá coloquei a "criança" na cadeira e fui esfregar as mãos em não sei quê, que deve estar a enriquecer não sei quem, e depois tive de esfregar as mãos do puto e colocar uma máscara. Em mim claro porque ele não colaborou (acredito que se soubesse fazer o gesto do dedo o tinha feito ali mesmo...).

Isto tudo com uma temperatura de 3º, mas que interessa, o puto só tinha uma pneumonia, era dificil apanhar outra por cima...

Por fim lá entramos no Hopsital, para junto dos restantes mascarados.

Agora para dar um toque mais Hollywoodesco...

Algumas horas antes:

O puto, partia a sala de espera do pediatra, subia para o sofá, descia do sofá, abria a porta fechava a porta, a consulta não devia tardar muito. Quando chegou a nossa vez:

- Então L. Não estás melhor?!

A mãe do L. (eu a Bree Van Der Camp):

- Bem Dr. Ele hoje até nem tem febre, mas passou o Fim de semana muito queixoso, e está com tosse. Queria que o auscultasse, e lhe visse a garganta... Não sei...

- Bem mas ele está com óptimo aspecto e está muito activo (L. em cima da marquesa aos pulos);

- Não tem nada na garganta, nos ouvidos também não, a auscultação está normal... A única coisa que está aqui a mais é a febre. Mas como ele hoje ainda não teve febre... Se voltar a fazer febre temos de fazer RX. Mas só se voltar a fazer febre.

- Ok Dr. Obrigada.

Se voltar a fazer febre?! Então e se faz febre de noite? Hummm... É já a seguir! Vai fazer o RX e é já agora.

Fui levar o puto a casa da avó e fui marcar o dito RX, a uma clínica cá da terra que é de uns amigos nossos. Marcaram-me para dali a umas horas. Foi o tempo do puto dormir, ir buscar a mana à escola e levá-lo fazer o RX.

Confesso, que, estava com receio de estar a ser exagerada, de estar a submeter o meu filho a radiações desnecessárias. Mas, havia alguma coisa cá dentro que me dizia para o fazer. Chamem-lhe intuição, premonição, precaução, o que quiserem, mas o certo é que o levei fazer o RX aos pulmões.

Eis que, logo que vimos surgir a imagem no computador, o médico radiologista disse que era pneumonia. Ia tendo um enfarte, o meu passarinho, com uma pneumonia... uma pneumonia aguda (ou qualquer coisa do género), ainda só no pulmão esquerdo.

Feita na hora H, a radiografia, pelo que o médico me disse, mais um dia e o quadro poderia ser mais grave, nesta fase, um antibiótico provavelmente resolveria o problema.

Enquanto estava á espera do relatório ligo para o Pediatra, para ir lá mostrar os exames, digo-lhe que tem pneumonia, e que fui fazer o RX. Ficou muito admirado.

Fui lá mostrar os RX, e fomos encaminhados para fazer o rastreio da gripe A, devido ao aparecimento súbito desta pneumonia na sequência de um quadro gripal que ele vinha tendo desde sexta -feira. O resto já leram no relato da "guerra do Antrax". Agora aguardamos nas boxes à espera do resultado e da evolução da pneumonia.

Conclusão(para terminar em grande estilo):

Mãe é mãe, não precisa de ser médica para saber que algo de errado se passa com os seus filhos.

Beijos a todas

segunda-feira, dezembro 07, 2009

A água dos peixes da Nina

Tem sido de certeza a culpada, pelas últimas tiradas do meu querido filho, a água dos peixes que escaparam com vida não sei como...

Na sexta-feira, lá vai ela (moi même), ao infantário buscar a pequenada. E já vejo mais enfeites, a árvore de Natal, o trenó o Pai Natal no trenó (isto tudo a juntar à casota claro).

O Pai Natal, feito com um manequim daqueles das lojas ao qual vestiram uma roupa de Pai Natal e colocaram o gorro e as barbas, um bocado esquelético, mas nem dei grande importância.

Lá fui buscar os pequenitos, e ao passarmos junto do dito Pai Natal, diz o meu rico filho:

- Mamã
- Diz filho...
- O Pai Natal está "tiste"...
- Triste?! Oh filho não está nada triste (respondi eu sei saber o que responder)

Realmente o Pai Natal esquelético, feito com o manequim de uma loja não tem muito bom ar... Agora triste...

Realmente deve ter sido a água dos peixes...

Beijos a todas

sexta-feira, dezembro 04, 2009

A casota

Chegados à escola, lá nos deparamos com a decoração natalícia, que as Educadoras andam há tempos a preparar.

A porta exterior, contornada por dentro com fita adesiva (para imitar as janelas), com neve colada, e logo no átrio da primeira entrada (tem duas portas), uma lareira enorme em papelão toda pintada.

- Olhem filhos que linda está a escola, a neve, a lareira...
- Mamaããã
- Sim filho
- Uma casota para o cão! (E aponta para a pobre lareira)
- Oh filho não é uma casota... É uma lareira
- É uma casota para o cão!

E anda nesta da casota, as educadoras ainda lhe dão um tiro...

Beijos a todas

quarta-feira, dezembro 02, 2009

O lanche das caipirinhas/electrodomésticos (ou o que lhe quiserem chamar)

Faltou! Faltou o frigorífico, o aspirador, o aquecedor a gás... Faltaram os electrodomésticos (meu tema preferido mais recente, ao que parece), mas estiveram todas as convocadas.

Não faltou o calor humano, e o calor das prometidas caipirinhas (made in Bimby) (oh pá só pelas caipirinhas vale bem a pena desembolsar os 1000 aéreos) (Ah e depois o suminho light...).

Ontem fomos, de baixo de chuva e nevoeiro, a uma bela localidade (onde o Major dá "têbês" e concertos do Tony aos habitantes - amiga Lebasi, agora percebo porque é que não queres saber do David Bowie, então ele tem lá comparação com "Tone?!). As belas indicações da nossa anfitriã não deram margem a erros até as moças da merdaleja como eu ( e não só), lá fomos ter.

De facto, só tinhamos estado juntas uma vez, mas parece que somos amigas desde sempre, tal é o à vontade (eu e a Nina, a anfitriã).

Os pipizes, ficaram extasiados com a quantidade de brinquedos novos do quarto do amiguinho Gui, e por lá ficaram deixando as mamãs à vontade na conversa. Os pequenos peixes (ah esses peixes), por pouco não foram comidos vivos pelos pequenos terríveis L. e seu amiguinho Gui, mas lá conseguiram resistir (pobres peixes, pobres brinquedos e pobre Nina que vai ter de arrumar tudo).

À medida que iam chegando os restantes infantes, a bagunça ia aumentando proporcionalmente ao estado de alegria das amigas (que já estavam nas caipirinhas...).

Foi um encontro, reencontro, foi um reconhecimento das caras que dão vida às palavras que acompanhamos há anos. Foi o conhecer daqueles de quem já ouviamos falar ainda estavam em sonhos e/ou nas barrigas das suas mães. Foi giro, foi divertido, foi muito bom.

Espero que nos reeencontremos mais vezes, mas desta vez que deixemos os brinquedos do pequeno Gui em paz. Vamos todos "ao monte" desarrumar outro lar (pode ser o meu não me importo) (até à primavera ainda falta algum tempo, porque na Primavera vamos a casa do meu "genro").

Para a nossa Martinha um beijinho especial, espero que te juntes a nós neste clube com a maior brevidade (um de cada vez!!), e que grande mamã vais ser!

Beijos a todas

terça-feira, novembro 24, 2009

Desafios

Eu já
Eu nunca
Eu sei
Eu quero
Eu sonho

Mas afinal o que é isto?

Amiguinha Lebasi, se eu "venci" quero o meu prémito sim?!

Quem me conhece sabe que sou um bocado avessa a correntes, desafios, selos e outros afins. Mas, uma vez que o desafio veio da minha amiga ex-p..., agora Lebasi cisne cor de rosa (oh pá gosto mais de cisne branco!), vou fechar os olhos e vou responder ao desafio.

Ainda por cima para falar de electrodomésticos não devo estar muito boa da cabeça!...

Eu já estou fartinha dos electrodomésticos até aos olhos...
Eu nunca quis ter electrodomésticos, queria era uma "Maria".
Eu sei que não posso ter uma "Maria" logo tenho que ter electrodomésticos...
Eu quero resmas de electrodomésticos que façam tudo por mim (mas mesmo tudo)
Eu sonho ter uma bimba, mas por enquanto eu é que sou a bimba lá de casa. Ok! O meu sonho era ter uma "Maria" 24 horas por dia, mas como não posso por diversas razões quero uma bimba!

Aí está respondido. Agora para quebrar as regras (sim "you don't have to follow the crowd"), não vou nomear ninguém para este desafio, logo não vou ter de anunciar os vencedores (biste! Biste!)

Beijos a todas

Ps: Queria pedir ás meninas que costumam comentar neste blogue que privatizaram os seus blogues um convite, para mim é dificil acompanhar quem me acompanha sem ter acesso.

segunda-feira, novembro 09, 2009

Inverno

O frio veio para ficar, instalou-se entre nós sem pedir licença e já sabe bem o casaquinho comprido de fazenda e as camisolas quentinhas de gola alta. Confesso que não gosto nada do frio, só apetece estar metida dentro de casa, com o aquecimento ligado com enormes meias de lá e mantas polares sobre as pernas a ver "never ending" filmes na televisão.

E é assim que temos passado os fins de semana. A miudagem é que não acha muita piada ao esquema de ficar fechados entre quatro paredes, e cedo inventam mil e uma maneiras para me pôr de cabelo em pé. Lá brincamos a isto e aquilo, mas nestas idades o que eles precisam mesmo é de actividade, e qualquer brincadeira é precocemente descartada.

O passarinho louro lá foi novamente hoje à escola, depois de mais um interregno e 15 dias. Até já tenho medo de o deixar lá, e de o ter outra vez doente. A princesinha continua ranhosita e com tosse mas lá vai andando sempre bem disposta.

É certo que coração de mãe não se engana, e o meu não se enganou quando presumi que seria ela a que se adaptaria melhor à escolinha. Se numa primeira fase lhe custou imenso e não queria ficar. Hoje está como peixe na água e gosta imenso de ir e de lá estar. O passarinho pelo contrário, de inicio ficou melhor, mas depois deu parte fraca, e agora devido aos constantes interregnos (carregadinhos de maus vicios), custa-lhe bastante voltar a ficar, e ainda não se adaptou.

Ainda não falei cá da escolinha. É uma IPSS, da Santa Casa da Misericórdia, é nova, foi inaugurada em Setembro de 2008. Em termos de instalações é excelente, e principalmente em termos humanos é fantástica. A salinha tem 12 meninos 1 educadora e 2 auxiliares, acho que dentro dos parâmetros legais e funcionais estará dentro da normalidade.

Em termos pessoais acho a educadora e uma das auxiliares uns doces, a outra nem por isso. É uma equipa jovem, e por isso acho que as coisas funcionam bem.

É certo que não tenho experiência em escolas, mas sem dúvida nenhuma sei distinguir o bom do mau, e aquela que escolhi como escola para esta primeira fase dos meus filhos, é sem dúvida boa. No final de Outubro fizemos a segunda reunião de pais (a primeira tinha sido em Julho), e realmente fiquei muito bem impressionada com a apresentação que foi feita aos pais. O que me surpreendeu verdadeiramente é que alguns pais nem sequer vieram (quando me refiro a pais refiro-me obviamente ou ao pai ou à mãe, ou aos dois), a reunião foi feita fora do horário de expediente, portanto achei estranho...

Nessa reunião, vimos filmes e fotos dos nossos filhos no seu dia-a-dia (aquele que não compartilhamos com eles e eles são muito pequenos para nos transmitirem), vimos os trabalhinhos que fazem com eles, vimos os nossos filhos na hora das refeições. Sentamo-nos no chão nas almofadas onde eles se costumam sentar e lemos em voz alta um texto, como costumam fazer com eles.

Ali, foi-nos pedido que descessemos ao nível deles, que tivesemos tempo para eles, que tentassemos ser crianças como eles outra vez. Confesso que durante aqueles breves instantes, em que ali estivemos e que me voluntariei para ler o texto que nos foi entregue, as lágrimas teimaram em sair, porque reconheci que muitas vezes o tempo de qualidade que lhes proporciono não chega para o que eles precisam, e reconheci que é ali com estranhos que eles têm um mundo pequeno onde podem ser crianças.

Agora tenho entre mãos a tarefa de escolher uma pré para eles frequentarem no próximo ano lectivo, uma vez que este infantário só vai até à pré. Vou optar por uma escola pública, porque sou defensora das escolas públicas, e porque felizmente na minha área de residência temos à disposição numerosos estabelecimentos de ensino com muita qualidade, só tenho de escolher "a tal", a que melhor vai servir os interesses dos meus meninos.

Beijocas nossas

terça-feira, outubro 27, 2009

Infectários?!!?

Certo está quem diz que os infantários se chamam "infectários" e não infantários.

O meu pequeno L. vitima de todos os virus, esteve duas semanas em casa, depois da visita às urgências, foi a semana passada para o "infectário", e já está outra vez encostado às boxes desde Domingo... Ranhoca, febre, ranhoca...

Ninguém aguenta caramba, coitado do miúdo!

A princesinha gulosa, lá anda ranhosita e tal, mas FELIZMENTE nada de sério tem surgido, o que é muito bom senão ia ser um "vê se te avias" com os dois doentes (mãe sofre).

Beijos a todas

terça-feira, outubro 06, 2009

Ainda não tenho a bimby, mas comprei uma "Actifry" da Tefal para me iniciar na saga das "máquinas". Só digo, aquilo é espectacular para quem como eu odeia e detesta fritos e o seu incómodo cheiro. Este fim de semana já fiz uma quantidade de cozinhados "fritos", sem quase gordura nenhuma, sem barafunda na cozinha e/ou maus-cheiros em casa. Aquilo é colocar os ingredientes, marcar o tempo, e deixar a "tipa" cozinhar por nós...

E bem precisei, uma vez que tenho uma vez mais, o meu passarinho louro encostado às boxes. O bendito infantário não lhe tem dado tréguas, é uma semana a ir e outra semana em casa com uma qualquer virose... Desta vez até teve direito às urgências hospitalares pela primeira vez em dois anos e meio... Uma bronquiolite viral aguda ou qualquer coisa do género, pregou-me um susto de morte, pensei que o perdia. Também é um estreante nas bronquiolites, o pobre, tudo lhe acontece.

Felizmente a princesinha até agora tem sido mais fortezita e lá se tem aguentado como uma "ranhoca" aqui e uma tossita ali, mas sem baixas...

Tenho andado quase a rastejar de tanto cansaço, nem me recupero de umas para as outras e ele ainda menos. Está um magrela o meu pequenito.

Beijos a todas

segunda-feira, setembro 28, 2009

E a Bimby?!

Desde sempre fui um bocado despistada em matérias de novas tecnologias e sua utilização, e a maternidade contribuíu para aumentar um pouco (ainda mais) esse despiste. Mas desde há algum tempo a esta parte, lá vou ouvindo uns "zumzuns" acerca da máquina que cozinha isto, a Bimby aquilo, e aqueloutro.

Confesso que até nem tinha muita curiosidade, mas, aborrece-me supremamente falarem-me disto ou daquilo e eu não saber do que se trata e ter de abreviar a conversa para não mostrar ignorância.

Noutro dia, depois de mais uma menção entusiástica ao objecto, lá decidi eu ir ver do que se tratava de facto essa "coisa" de que já ouço fala há anos e não faço a mínima idéia do que seja.

De facto ao fazer uma simples pesquisa, é gritante o número de resultados que aparece: Fóruns, blogs, etc, etc.

Começo a ler, leio mais um pouco, vejo uns filmezitos, e eis-me rendida (quase) à pequena Bimby, aquilo parece mesmo eficiente... Então o filme das caipirinhas... E tal...

Bem mas o que eu gostava mesmo era de saber se alguma das minhas leitoras tem, conhece alguém que tenha, ou mesmo se já viu alguma em funcionamento. E que me digam as vossas opiniões, para ver se me convenço (ou não) definitivamente a largar os quase mil "aéreos" que a "coisa" custa.

Beijos a todas

segunda-feira, setembro 14, 2009

Adaptação

De facto, por vezes pensamos e damos por certo algumas coisas, mas elas acabam por não serem assim tão lineares.

Eu, mãe "empenachada" há quase dois anos e meio, julgadora convicta de personalidades, não hesitando portanto em distribuir a minha opinião acerca disto ou daquilo, acabei por me enganar redondamente acerca dos meus ricos filhos.

Passo, a explicar:

Sempre julguei que ia ser ao pequeno Locas, passarinho louro, a quem mais ia custar a adaptação na escolinha. Erro, grande erro, aquele pequeno guerreiro surpreende-me a cada dia que passa e lá se adaptou (ainda que resignado) à permanência naquele lugar estranho (leia-se escola). De manhã quando os tiro do carro, é o meu amparo, porque a pequena M. só quer "colito", e a mãe para levar a mochila e a moça, não tem muito mais mãos disponíveis, pelo que o pequeno/grande L. para ajudar vai sózinho a puxar o seu troley, com a cabeça bem erguida. Engraçado que parece um homenzinho pequenino...

A pequena M. por seu lado, anda a dar-me que fazer. Começa logo o dia a dizer que não quer ir para a escola, que não quer ficar lá sozinhinha, etc, etc. Para ela lá ficar é preciso mil e um estratagemas, para que a moça passe para outro colo que não o meu sem fazer grande alarido. Inevitávelmente já ficou a chorar... Agora, o mais importante, é que deu-lhe para retroceder, ou seja, já fazia o xixizinho e o cocozinho sózinha e pedia e sabia pedir muito bem, mas agora dá-lhe para fazer pelas pernas abaixo e dizer que "já fazi", logo a seguir a lhe termos perguntado se não queria ir fazer. Confesso que me passo... Porque sinto que ela está a fazer de propósito, mas não sei como agir... Ás vezes lá lhe dou uma palmada no rabo, mas depois fico a pensar que se calhar nem devia ter feito aquilo.

Isto de ser mãe é de facto muito complicado, ficamos sem saber a melhor maneira de agir em tantas situações, se castigamos ficamos com o coração apertado, se não castigamos ficamos a pensar que estamos a ser moles demais e que temos de criar regras...

Hoje foi sózinha para a escola (o pequeno L. está enfebrado), foi o pai levá-la, ficou a choramingar... Dormiu mal de noite, acho que foi porque ontem lhe disse que hoje ia para a escola, passou a noite a chorar e a chamar pela mamã... Podia tê-la deixado ficar com o irmão, mas acho que quanto mais depressa se habituar à escola melhor, e as interrupções nesta fase são sempre contraproducentes... Sei lá se fiz o melhor?!

Beijos a todas

quarta-feira, setembro 02, 2009

Escola...

Depois de umas férias bem passadas. Com muito calor e muito cansaço (quem é mãe de pequenos índios sabe do que falo). Eis-nos regressados à nossa vidinha, à qual se acrescentou uma variante nova: A escolinha.

Quem nos tem acompanhado sabe que a M e o L têm estado nas avós até agora. Portanto, ontem foi o primeiro de (espero eu) muitos dias de escolinha para os meus Pips. Andei durante meses a prepará-los para a escola. Como ela fica muito perto de nossa casa passávamos muitas vezes lá de carro e lá lhes ia dizendo que aquela era a escola dos meninos, que eles iriam para lá, etc.

Mas o meu receio relativamente à integração era (e é) bem grande, depois de 2 anos e meio noutros ambientes, julguei que iriam armar um barraco descomunal quando lá chegassem.

Felizmente surpreenderam-me os meus filhos, e aquele que eu julgava que iria ser o mais saudoso foi o que reagiu melhor (o pequeno Locas). Entrou na salinha, começou logo a brincar com tudo o que viu e quando lhe perguntaram como se chamava respondeu muito prontamente e continuou a brincar.

A princesinha, mais recatada logo que viu que ia entrar num sítio estranho pediu o "colito", ficou mais retraída, mas quando uma das auxiliares lhe disse para ir ao colo dela, ela lá foi sem grandes hesitações e ficou a brincar.

Estive por lá um pouco, a ver se a situação se alterava e depois saí de fininho. Liguei várias vezes e disseram-me sempre que estavam bem.

Isto ainda é tudo muito recente, e poderá ainda haver alguma rejeição da parte deles. Hoje também ficaram bem. O L lá foi a arrastar o seu troley (quase do tamanho dele) pelo chão, o qual ele tanto arrasta com as rodas como sem as rodas. A M. lá disse que não queria ir para aquela escola e tal, mas lá ficou sem grandes dificuldades.

Hoje já me despedi deles, e eles ficaram bem.

Vamos ver como corre nos próximos dias...

É mais uma etapa nas vidas deles, simboliza o seu crescimento, mais uma para me lembrar que já não são bebés, já são meninos...

Beijos a todas

sexta-feira, julho 31, 2009

Férias

Se há coisa que me enerva é "carpição". Sempre fui uma mulher prática e objectiva, com tudo bem delineado na minha vida, e quando me surgem certo tipo de pessoas fico possessa, fula mesmo.

O tema que vou abordar é polémico, mas dentro da polémica, não deixa de ser actual e bem real. Quero falar acerca da maternidade e do trabalho, acerca das nossas obrigações para com os filhos e as nossas obrigações laborais.

O meu sentido de responsabilidade, desde sempre me levou a pensar, que para ter um filho teria que ter reunidas certas e determinadas condições laborais e pessoais. Perspectivei antecipadamente todas as opções para a criança e só quando achei que estavam reunidas essas condições, avancei para a "execução" (o que se passou a seguir não vem ao caso). É demasiado evidente para mim, que se não tivessemos eu ou o pai um horário compatível, uma situação laboral compatível, e todas as outras planificações bem definidas (quem fica com as crianças, em que horários, etc), jamais avançaria para ter um filho (a não ser que acontecesse claro).

Quando os meus filhos nasceram, fiquei "de baixa" alguns meses. Isso a juntar com a licença de maternidade e as férias, iria fazer com que num dos meus locais de trabalho, as pessoas que trabalham comigo tivessem de ficar sem férias até Novembro daquele ano. Para que tal não acontecesse, fiz das minhas "tripas coração", e em Junho, tinham os meus filhos dois meses e meio e fui fazer um mês para que pudessem tirar quinze dias de férias cada um. Em Setembro, voltei a ir trabalhar para que pudessem ter mais férias em tempo de Verão e porque o trabalho não azeda, mas precisa de ser feito regressei ao local fisico de trabalho um mês e meio mais cedo (local fisico, porque em casa sempre trabalhei).

A culpa que me acompanhou nessas alturas foi muita, mas a certeza de que apesar de os meus filhos serem o que de mais importante tenho, o meu trabalho e o dinheiro que dele advém também se reveste de muita importância, até porque pão, amor e uma cabana só mesmo nos filmes.

É indescritível a sensação de deixar um filho, ainda que por umas horas. Quem é mãe sabe. Mas a vida tem de avançar, e não se compadece com essas coisas. As empresas têm de avançar, de facturar, de rentabilizar, e ninguém quer saber se temos filhos ou não, e no nosso trabalho não podemos deixar afectar pelos nossos problemas pessoais.

Quantas vezes vim trabalhar quase em claro? Quantas vezes vim cansada e desmotivada? Quantas vezes com o coração apertado porque o L está com febre ou a M está "choquita"? São imensas, já lhes perdi a conta. Mas vim, porque o mundo não pode parar, vim porque outras pessoas dependem de mim, vim porque tinha de vir.

Actualmente tenho uma das pessoas que trabalham comigo de licença de maternidade, desde Fevereiro. Licença essa cumprida escrupulosamente, o que levou a que os outros que ficaram tivessem uma sobrecarga horária e semanal muito grande (eu incluída claro).

Em empresas pequenas, que privilegiam a formação do seu pessoal, é sempre dificil arranjar substitutos temporários para as pessoas que se ausentam pela grande especificidade da tarefa, pelo que há sobrecarga dos que estão a trabalhar. Evidentemente não se retiram os direitos ás pessoas, nem se exige mais do que aquilo que se pode exigir, o que se passa a seguir tem a ver com a consciência e a postura de cada um.

Agora, quando nós sabemos que existem pessoas a trabalhar "non stop" durante cinco meses consecutivos, e uma semana antes da data de apresentação ao trabalho pedimos mais uma semana de férias, tira-me do sério. Juro que sim. Quando me começam com o choradinho que não conseguem deixar o filhinho, e que o filhinho até está muito habituado, passo para o outro lado.

Será que os filhinhos das outras pessoas são mais importantes que os meus?! É que para elas estarem a semanita de férias com os filhitos, os meus até estão doentes e eu não posso estar com eles... Eu até estive doente e tive de vir trabalhar... Porque a vida continua, porque o mundo não pára, e sobretudo porque preciso de trabalhar.

Depois admiram-se que os homens ganhem mais, e que as empresas não queiram contratar mulheres.

É lamentável, ter que lembrar ás pessoas, que sim, que sou mãe, e até a dobrar. E que também eu passo pela privação dos meus filhos, e que ainda assim venho sempre trabalhar, com boa cara e cabeça no sítio, porque se a não tiver no sítio vamos todos nós e nossos filhinhos para o fundo de desemprego, e que sim que fico até mais tarde se for preciso, e que tenho de fazer tudo quando chego a casa, e que não, não morri até ao presente de saudades e cansaço, e TENHO DOIS FILHOS!

Depois vem a lengalenga, de que até tenho as avós que tomam conta e o pai que vai buscá-los e ajuda a dar banho e tal. Mas, que me desculpem, se tinham um horário estipulado há anos, e não tinham apoio de fundo dos avós, tios ou parentes, deviam ter pensado nisso antes de terem filhos, porque esse não é um problema que possa ser resolvido por mim. Certo e sabido é que nenhum de nós pode continuar a desdobrar-se por causa dos problemas familiares dos outros. E as pessoas que assim pensam e sentem, têm duas opções ou vêm trabalhar com pés e cabeça ou ficam em casa a tomar conta dos filhos, agora virem para o local de trabalho carpir e chorar "baba e ranho", por amor de Deus...

Eu depois de cinco meses e meio "non stop", com semanas de seis dias, vou finalmente descansar e dar colo aos meus filhos um dos quais está com uma gastroentrite (depois do outro ter estado a semana passada), eu própria, estive com uma esta semana (o vírus correu a casa toda). Vamos gozar umas merecidas férias.

Beijos a todas

segunda-feira, junho 29, 2009

De facto, não sei se fico ou se vou...

Quando inciei este blog, existiam ainda poucos. Eramos poucas a dar a "cara", e tive o privilégio de acompanhar de perto grandes batalhas. Pessoalmente ou via net, todas conheciam a história de todas e acompanhavam-se a par e passo todas as grandes etapas das nossas vidas. Acho que disse aqui, por diversas vezes, coisas que só me atrevia a pensar e jamais a verbalizar.

Conheci grandes mulheres, e vi nascer o maior projecto de todos: A APF - pela mão de algumas dessas grandes mulheres.

Em alguns momentos, considerei o abandono. De facto, aconteceram alguns episódios menos bons na nossa história bloguistica da infertilidade, o que gerou em mim uma grande vontade terminar e desligar-me de todo este "pequeno mundo" e esquecer que apesar da minha pequena/grande história bem sucedida, existem algumas grandes histórias de grande sofrimento por resolver.

No entanto, achei que pelo menos, ao meu "pequeno núcleo duro" devia a continuidade. Sem nunca alardear em demasia o que me vai na alma, mas mantendo um contacto, ainda que esporádico, para que quem ficou para trás sentisse que não foi (pelo menos) da minha parte esquecido.

O último desses elementos, segue agora o tranquilo caminho para a realização do seu sonho e eu por cá acho que a minha missão terminou, pelo menos naqueles parâmetros que me mantinham por cá.

Agora, o universo deste "pequeno mundo" estendeu-se e são tantas as histórias e tantas as personagens, que não consigo e não posso dentro das minhas parcas possibilidades temporais acompanhar.

A infertilidade vai acompanhar-me por muitos anos mais, de facto acho que não vou esquecer tudo aquilo por que passei para que se realizasse o pequeno/grande sonho de ser mãe. Vão existir pessoas que num pequeno sub-mundo ficarão ligadas a mim para sempre e espero acompanhar o crescimento de todos aqueles bebés de ouro gerados na época dos meus pequenos tesouros.

Ser mãe é de facto o maior de todos os sentimentos, o maior de todos os privilégios, mas também a maior de todas as provações. Com a maternidade muda toda a nossa vida, mudamos nós, e nada volta a ser sequer um esboço do que foi.

Não sou mulher de ter um blog para falar acerca de papas, dentinhos, ou gracinhas dos rebentos. Um "babyblog" não se enquadra no meu perfil, apesar de ser babada com todas as habilidades dos meus pequenos infantes, não acho interessante para ninguém saber se eles comem a sopa toda ou se fizeram duas ou três birras num determinado dia.

Portanto, enquanto considero a continuidade ou não deste espaço, vou pairando por aí.

Beijos a todas

quarta-feira, junho 17, 2009

Fim de um ciclo

Por estes dias confirmou-se, o fechar de um ciclo. Daquele que se tinha iniciado em Fevereiro de 2006, aquando do inicio deste blog.

A verdade é que o ciclo fechou e a última peça foi colocada. Por tal facto alegro-me, porque de todas as pessoas daquele inicio, poucas são as que não conseguiram seguir em frente e concretizar as suas aspirações.

Beijos a todas

segunda-feira, maio 18, 2009

Ainda a propósito de...

Estava eu "quieta e mansa", no meio da papelada e de umas quantas pragas mentais que ia rogando, quando fui interrompida por um dos meus colegas.

- Olha lá, estão ali uma pessoas para ti...

- Para mim, que querem?

- Não sei disseram-lhes para vir falar contigo...

- Disseste que eu estava?

- Disse...

- Bolas!

Mais umas asneiradas mentais, e lá me dirijo aos meus interlocutores, que eram (a saber), um casal jovem (na casa dos vinte e poucos), e uma senhora com mais idade, que depreendi logo ser mãe de um dos jovens.

- Queriam falar comigo?

A senhora mais idosa toma a palavra e pergunta:

- Olhe menina, por acaso não estão a precisar de pessoal?

De repente aquela pareceu-me uma pergunta armadilhada, e pensei, lá vem mais uma pedir os carimbos, ao menos esta pergunta se não é preciso pessoal*.

- Bem, neste momento não estamos a admitir ninguém, mas...

Ao que ela interrompe prontamente e me diz:

- Não era para mim menina, era aqui para a minha nora, que trabalhava neste ramo e ficou sem emprego, e eles (dirigindo-se ao casal), têm a casa para pagar, e eu vim cá com eles para ver se não precisam de ninguém.

Fiquei estupefacta, mas adiante. Recompus-me rapidamente e interpelei a nora candidata.

- Então e a menina trouxe um Curriculum...

- Não.

- Ah, bem é que era capaz de ser interesante, depois se quiser cá passar para deixar, qualquer coisa e eu chamo.

- Está bem eu deixo.

- Certo então, continuação de boa tarde e boa sorte.

Quando sairam lá vociferei, para os outros:

- Vocês viram-me esta??!! Quer vir trabalhar para um estabelecimento para fazer atendimento ao público e vem a sogra pedir? Isto não é normal! Quando chegasse um cliente ela fazia o quê, fugia lá para dentro e tinha de vir eu atendê-lo? Mas que juventude é esta?! Que é isto?!

Bem a rapariga nem o Curriculum veio deixar, por isso ou é mesmo lerdinha ou simplesmente é como a maior parte das dos carimbos, quer é o carimbo e dormir até ás 11.

* Não sei se sabem, mas hoje em dia os desempregados têm de fazer uma coisa que se chama de procura activa de trabalho, pelo que têm de apresentar umas folhas carimbadas e preenchidas pelas empresas para demonstrar nos centros de emprego que até andam à procura de trabalho, só que até nem têm sorte nenhuma e não encontram.

Alguns não terão. Mas a maioria dessas pessoas, vêm às empresas e não perguntam se temos trabalho, perguntam se podemos carimbar a folha. Geralmente carimbo, porque eu até nem sou a salvadora da pátria.

Agora isto para dizer que jovens são estes que formamos, que as sogras/mães, têm de vir com eles pedir empregos... Falam por eles, como se eles não tivessem voz. Isto para dizer que sim. Que até podia arranjar uns meses de trabalho para aquela rapariga, se tivesse vindo ela, sózinha fazer a abordagem, de forma profissional, porque até tenho uma pessoa a gozar licença de maternidade e tenho andado doida (eu própria), a trabalhar como uma maluca, porque tenho menos uma pessoa.

Em adenda ao post anterior, gostaria de dizer que não sou contra os infantários. De forma alguma. São uma necessidade e têm como tudo coisas boas e más. Nem todos podem deixar os filhos com os avós, nem todos querem, e nem tudo é um mar de rosas quando eles ficam com os avós. E também eu, e o pai deles trabalhamos, e de que maneira. Muitos são os Sábados e Domingos que um de nós está a trabalhar, e que o horário até nem é muito flexível. Mas que tentamos coordenar-nos para que pelo menos um de nós vá buscá-los e ficar com eles. Se um não pode o outro vai. A nossa vida não é diferente da de qualquer um, podemos é ter perspectivas diferentes.

Beijos a todas

quinta-feira, maio 14, 2009

Mais teorias acerca da educação

Se há coisa que detesto e me tira do sério são fedelhos mimados, cheios de artefactos electrónicos de última geração, com roupa ostentado as marcas em grandes letras, cabelo penteado à "moda" e cara de quem comeu e não gostou.

Estes são os pequenos tiranos, pequenas miniaturas de adultos, a quem os pais se esfalfam para conseguir agradar sem tal seja visível a olho nú.

Vivemos, todos nós (ou pelo menos a grande maioria), num grande circo. Corremos feitos loucos de um lado para o outro e andamos sempre apressados. No meio disto, ficam os nossos filhos. Crianças inocentes, que nem sequer pediram a ninguém para nascer. Tem-se filhos pela pressão social, tem-se filhos porque acontece, tem-se filhos porque sim. No entanto, na maior parte das vezes nem sequer temos tempo disponível para nós, quanto mais para os filhos.

Colocam-se os filhos nos infantários e/ou amas, ainda mal seguram o pescoço, ficam ao cuidado de terceiros durante 8,9, 10 ou mais horas todos os dias. Levam-se para casa para acumular com o banho, jantar e outras imensas lides domésticas que nunca mais acabam. A paciência é menor do que um copo de água, o cansaço é imenso.

Neste cenário, assistimos a pais que se afogam na culpa: Porque não têm tempo, paciência e disponibilidade... Vemos pais que tentam comprar com dinheiro o tempo e disponibilidade que não têm para lhes dar. Vemos erguer crianças egoístas, viradas para si e sem grande conhecimento significado do valor do dinheiro e da palavra não.

Conheço casos de putos que pedem aos pais para comprarem isto ou aquilo porque até só custa 1000 ou 1500 euros, como se estas quantias fossem irrisórias ou pequenas. E o pior é que não sabem, nem conseguem lidar com a resposta não. Já não conseguem... E os pais esfalfam-se, fazem dívidas, mas não conseguem dizer que não aos meninos, não querem que eles se sintam mal porque até nem têm aquilo que só custa 1000 euros e o amigo do lado tem.

Fui criada na época do não. Numa época em que o pai trabalhava, a mãe ficava em casa, e os putos eram contrariados porque sim. Havia algum dinheiro, mas não se faziam dívidas para comprar uma televisão. A mentalidade era preparar as crianças para o "dia de amanhã".

Desde muito nova partilhava tarefas domésticas com a minha irmã, arrumávamos o que era nosso, passávamos a ferro, ajudávamos na arrumação da casa, preparação de refeições e em tudo o que nos era pedido. Depois ainda tínhamos tempo para irmos fazer os "deveres", e ás vezes ver um pouco de televisão, televisão essa que tinha uma chave e só se abria em ocasiões especiais.

As roupas, eram confeccionadas pela costureira da terra, e tínhamos uma ou duas melhores para aqueles dias festivos. Os nossos brinquedos eram umas bonecas que iamos recebendo, só nas ocasiões festivas, as quais com alguma imaginação íamos vestindo e despindo com indumentárias fabricadas por nós na máquina de costura lá de casa. Quando começamos a saber ler e escrever, os presentes eram livros, mas sempre e só nas alturas festivas, não havia cá "vamos ali e compramos isto ou aquilo". Tenho colecções de livros fabulosas dessa época. Vem daí o amor pelas letras.

Os trabalhos da escola eram feitos por nós, sem ter o pai ou a mãe de atalaia a vigiar se os fazíamos ou não. Se vinha uma repreensão da professora por não termos feito isto e aquilo ou algum teste com má nota, era castigo na certa. Era aquele o nosso "trabalho" e desde logo tínhamos de o fazer bem feito, não havia presentes por termos boas notas, era este o resultado que devíamos ter pronto.

Tirei carta aos 18, tive carro, mas ia para a faculdade de autocarro e o "meu" carro só saía ao fim-de-semana com a kilometragem controlada.

Se gostei deste regime? Não e sim.

Acho que talvez algumas coisas fossem exageradas, porque até nem viviamos mal. Porque podíamos ter mais "vida boa". Mas, sem dúvida foi importante para a minha formação enquanto ser humano, enquanto mulher, enquanto profisional.

Com as minhas crianças, tento de alguma forma conciliar as coisas. Não estão no infantário, estão com as avós, não vão para lá ás 7 da manhã e não vou buscá-las ás 7 da noite. Vão há hora que acordam e depois de tomarem o pequeno almoço, tento sempre estar com eles ao almoço, para os mimar um bocadinho e para eles matarem saudades, e vou buscá-los ás 17h30 ou 18. Em casa, é por conta deles, fique o que ficar por fazer, o trabalho não foge.

Em termos materiais, é tudo muito a conta gotas, tento não dar em excesso, até porque eles nestas idades querem é muito amor e carinho.

No futuro, tenciono colocá-las numa escola pública. Quero que convivam com o bom e o mau, o rico e o pobre. Não sou nada a favor das escolas privadas. Por um lado acho que há mais facilitismo no ensino, e por outro o convivio com "elites" não será nada benéfico para as mentes em formação. Devem desde cedo distinguir o bem do mal saber conviver com ele e sobretudo verem qua há alguns que têm mais coisas do que eles, mas outros que têm menos.

Já têm a noção do dinheiro (tostões), e que para se ter coisas é preciso ter dinheiro, e que para ter dinheiro o pai e a mãe têm de ir trabalhar. Quando vamos a qualquer lado, e querem isto ou aquilo (agora andam na fase dos carros de moedas, e das bolas com brinde lá dentro), basta que eu diga que não tenho tostão e eles aceitam que não podem ter.

É claro que ainda são muito novinhos, e que quanto maior for a sua percepção do mundo e de tudo o que existe, maior será a tentação e a vontade de posse. No entanto, penso que com um pouco de bom-senso e algumas lágrimas, conseguiremos chegar a um ponto de equilíbrio.

Beijos a todas

terça-feira, maio 05, 2009

O primeiro corte

Hoje foi o dia, em que levei a minha princesa M. pela primeira vez cortar o cabelo. Quem a conhece sabe que ela tinha uma bela cabeleira toda aos "cachinhos". A esta altura, já estava pelo meio das costas, o que fazia com que tivesse de andar sempre a fazer-lhe tótós, pôr-lhe travessões e mesmo assim a ver a pobre sofrer com o cabelo sempre na frente da cara e de cada vez que tentava pentea-la.

Foram uns meses de preparação. Se a mim já me custa ir cortar o meu rico cabelinho, então o dela... Mas com o Verão à porta teve de ser. É mais prático para ela, para mim, para todos enfim.

Ia com um bocado de receio, e no caminho lá a fui mentalizando que íamos ao cabeleireiro cortar o cabelo, e ela lá foi dizendo que não queria cortar o cabelo e tal. Acho que associou o cortar o cabelo ao cortar as unhas, coisa que ela detesta e que repete religiosamente cada vez que lhe vou mudar a fralda: "Não vamos curtar as unhas..." - ao que eu respondo, "Hoje não."

Chegadas lá, sentei-a no meu colo, e deixei que começassem a pintar primeiro o meu cabelo, com ela sentada ao colo, para ela ganhar confiança. Depois enquanto esperava "pela tinta fazer efeito", lá fomos preparando a moçoila para o feito.

Antes de tudo pedi para cortar 3 caracóis para recordação (eu sei que sou boubelita!), depois lá se molhou o cabelinho e curtou-se. Não foi fácil, porque ela não parava quieta com a cabeça, mas de resto portou-se como uma verdadeira princesa e ficou tão linda a minha menina. Aguentou comigo quase 2 horas no cabeleireiro sem se chatear. Deve ser genética esta predisposição do mulherio para passar horas no cabeleireiro sem pestanejar.

Estão a ficar grandes, já são meninos.

Beijos a todas

quinta-feira, abril 23, 2009

O trânsito lento, dificultava o andamento àquela hora. Enquanto aguardava que o carro da frente se dignasse a andar, os meus olhos pousaram no outdoor em frente. A imagem era de uma criança a estender os braços para a mãe, assim numa luz difusa. Dizia algo do género:

"Um dia viajarei pelo mundo, mas tu serás sempre a minha casa..."

De repente senti que tinha os olhos cheios de água, ali naquele momento, fui apanhada de forma certeira...

Parabéns à Chicco que está com uma campanha muito boa.

Entretanto o carro da frente andou e eu segui também. A frase gravada na memória e no coração, lembra-me que os pássaros saem do ninho e temos de os deixar voar quando chegar à hora, mas que o ninho será sempre deles... Resta-nos ir aproveitando cada minuto até chegar essa hora.

Beijos a todas

segunda-feira, março 23, 2009

Os acidentes com crianças

Esta tem sido uma época negra para as crianças. De repente, parece que todos os dias vemos ou ouvimos notícias acerca deste ou aquele acidente com crianças muito pequenas.

Começamos com aquela pobre alma que se esqueceu do filho no carro; Passamos por um pai de marcha atrás a atropelar a filha de 18 meses; Por um miúdo de 19 meses a cair de um quinto andar; Outro de 4 anos a ser levado por uma onda; E a última uma criança de 2 anos a morrer afogada numa piscina.

Isto tem sido demais...

Ora eu que sou uma mãe, de per si stressada com a segurança dos infantes, ando ainda mais stressada. Eles estão numa fase muito perigosa, qualquer coisa é novidade para eles, a novidade é sempre apelativa e movem-se a um ritmo assustador.

Já abrem portas, portões, já pegam em bancos e cadeiras para chegarem onde querem, e o perigo espreita por todo o lado.

Para mim é muito dificil sair sózinha com os dois, porque eles nem sempre vão de mãozinha dada comigo, durante um tempo lá os consigo manter calmos, mas rapidamente a coisa descamba e começam a querer ir um para cada lado. E aí nem imaginam a festa...

É evidente, que ao referir-me aos acidentes acima mencionados, longe de mim querer criticar, antes pelo contrário, agonia-me pensar que a qualquer momento pode acontecer uma tragédia que pode mudar para sempre as nossas vidas. E tenho medo.

Tenho medo, porque eu também, não estou livre que aconteça alguma coisa aos meus meninos de ouro, sendo comigo ou com os outros...

As piscinas então perseguem-me nos meus pesadelos e durante o dia. Onde estão durante a semana têm piscinas, nos dois lados. Todos os dias massacro por causa disso, agora que eles sabem o que é e querem chegar perto. Assusto-os até á exaustão com todos os bichos e lobos maus que conheço, dizendo-lhes que estão na piscina, mas temo que não seja suficiente para afastar aquela curiosidade que têm... E tenho medo.

Acho que uma característica comum às mães da infertilidade será a de serem ansiosas, super protectoras, stressadas. Eu sou! Estou sempre de olho neles, tentando prever o que vem a seguir. Se se engasgam vou a correr, se caem também, em casa não tenho janelas abertas quando eles lá estão, se saio da cozinha quando estou a cozinhar fecho a porta atrás de mim. Não os deixo sózinhos durante muito tempo se ir espreitar para ver o que estão a fazer.

No entanto, tenho a noção que basta um nanosegundo para que aconteça alguma coisa, e que mesmo fazendo tudo para supervisionar, naquele nanosegundo poderá falhar a supervisão. E que vida alucinante que nós levamos, nos leva por vezes a andarmos tão cansados que podemos falhar mais do que aquilo que deviamos, e então temos situações com as que têm acontecido ultimamente...

Beijos a todas

terça-feira, março 17, 2009

O bolo do Noddy

Este foi o bolo que fez as delícias da pequenada, feito por esta menina, estava espectacular e muito bom. O pequeno L queria muito "brincar" com este carro do Noddy, e foi com enorme desilusão e sofrimento que viu o seu brinquedo favorito ser destruído pela mãe.

Só dizia: "O Noddy partido... O Noddy partido..." - com aquela carinha de anjo e com os olhinhos azuis muito tristonhos.

Confesso que vi "a coisa" mal parada, estava a ver que ele ia desatar numa choradeira, mas ele lá se aguentou na brincadeira com os primos, mas de vez em quando lá vinha à mesa olhar para o pobre Noddy delapidado...

A M, menina muito independente, não quer sequer saber desses pormenores, até porque gosta do Noddy "e tal", mas não liga muito. Do que ela gosta mesmo é de peles (sim peles e pêlos), tudo que seja assim muito macio e peludo para se enroscar. É uma autêntica gata borralheira.

Beijos a todas

segunda-feira, março 16, 2009

2º Aniversário

E foi ontem...

o 2º aniversário da M e do L, mais um dia de amor em estado puro nas nossas vidas.

O dia estava lindo como há dois anos atrás, estava calor mesmo.

Eles excitadissimos com o "carro do Noddy" (o bolo) e com os balões, com a decoração do Noddy, nem queriam dormir a sestinha...

Na hora dos parabéns, o sorriso no rosto demonstrava que não estavam a perceber aquela excitação toda, mas que sabiam era dirigida a eles. Estão grandes...

Há noite adormeceram os dois na minha cama e lembrei-me da primeira noite deles... Sem mim...

Agora a caminho dos três, quero aproveitar, porque passa tão rápido, os meus meninos já não são bebés...

Beijos a todas

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Março

O mês de Março é um mês carregado de significado para mim. Já era, e agora ainda mais.

Foi em Março que nasci, e foi em Março que tomei grandes decisões da minha vida, e mais recentemente foi em Março que me tornei mãe.

Aproxima-se mais um mês de Março, o segundo dos meus filhos por cá, a festa já está em andamento e o "bolito" já foi encomendado na "carolina", será um carro do Noddy, porque é a mais recente paixão dos meus pipizes.

As mini-férias do Carnaval passamos na T., o tempo, excelente ajudou e eles adoram a casa, o sítio, os quartos, tudo...

A compra da casa da T. foi mais uma das decisões de Março, e ainda que esteja um bocado abandonada depois que eles nasceram, nestes últimos dias lá passados voltei a vislumbrar o porquê de estar a pagar uma viagem ao Brasil por mês para ter uma casa fechada.

É um sítio fantástico que ajuda a carregar as baterias do stress em que vivemos, os nossos filhos ao que parece também começam a nutrir por aquele sítio a mesma paixão que nós, o que significa que num futuro próximo retomaremos as idas para lá mais assíduamente.

É tão bom levantar de manhãzinha, abrir a janela e ver o mar ao fundo. Ir à padaria buscar pão quentinho para o pequeno almoço, saborear o ar vindo do mar e os suaves raios de sol que nos afagam a nuca como se de uma carícia se tratasse... É bom sentar na varanda, sem pressas e tomar um pequeno almoço em familia, e saborear o pãozinho acabado de cozer... É bom ás 9h30 já estarmos na rua para uma passeata matinal pela beira-mar... Tão bom!

Eles estão o máximo, faladores, espertalhaços e muito, mas muito giros.

Só sinto por vezes a nostalgia da partilha. Uma mãe de gémeos tem de estar sempre a dividir o colinho, a atenção, o trabalho... Ás vezes gostava que poder gozá-los individualmente por mais tempo, sem ter a pressão da divisão. Mas acho que nunca saberei como é ter um bebé ao colo sem pressa porque tenho de pegar noutro.

Beijos a todas

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Não sei se é de mim, ou isto anda tudo doido e cego?!?!

Ele é "freeports", ele é "apitos dourados", ele é "BPNs", "BPPs", "Isaltinos Morais", "Fátimas Felgueiras", "Casas Pias"... E não se passa nada, ninguém é responsabilizado ninguém faz nada... Estaremos todos doidos?!

Históricamente, os tempos que antecedem grandes mudanças e grandes "crises", são geralmente caracterizados por desmandes dos mais variados. Já assim foi antes da queda do nosso império ultramarino há muitos séculos atrás e voltou a suceder várias vezes ao longo da história. Longe de mim querer dar lições de história, mas antes fazer um enquadramento para ver se consigo achar alguma lógica na questão.

Desde tempos imemoriais que somos uns "gandas malucos" e uns "espertalhaços" com grande olho para o alheio. Senão vejamos, o nosso D. Afonso (o Henriques), que cobiçava aos espanhas e aos mouros o território e tudo fez para que tivessemos hoje este nosso pedacinho de terra à beira mar plantado. Ao longo do tempo, foi crescendo essa cobiça pelo alheio, e instituiu-se aquilo a que vulgarmente se chama o "chicoespertismo" nacional, que culmina com as histórias mais estapafúrdias de corrupção, luvas e roubo descarado, sem que exista alguém que pareça importar-se muito.

Vale tudo, e o certo é que o que interessa é roubar o mais possível, caso contrário corre-se o risco de ir parar com os ossos a uma cadeia. Ou seja: VOCÊ leitor atento (Sim VOCÊ)! Não pense em roubar um pão para comer... Traga logo o supermercado todo, roube patrão do supermercado e todos os supermercados da região... Otherwise... Vai para Custóias ou outra semelhante (isto porque vão encerrar Guantanamo, senão iria para lá ser torturado até à morte para saberem para que raio queria um simples pão).

Noutro dia, vi na tv, uma reportagem que por diversos motivos me interessa directamente. Uma fraude no Instituto de Emprego superior a 6 milhões de euros (SEIS MILHÕES!!??). Tenho seguido esse caso que ao que parece não suscita muita curiosidade e/ou revolta. Existe um funcionário arguido e outros contornos que não vou explicar aqui (a notícia está disponivel online quem quiser que a consulte).

O certo é que no acompanhamento da notícia, outro dia vi que pediam a demissão da chefe do dito Centro de Emprego, escarrapancharam o nome da mulher no jornal e toca a pedir a demissão. Até aqui tudo bem, só que ela não é a suspeita, nem foi constituída arguida. Pedem a demissão tão somente porque não conseguiu detectar uma fraude (ao que tudo indica bem montada e orquestrada) efectuada por um funcionário da instituição que chefia... E pasmem-se, o dito funcionário continua a trabalhar como se nada fosse e as provas físicas (que existiriam) a esta hora já se desmaterializaram... E querem demitir a chefe...

Esta é uma das histórias das que têm surgido e que têm impunemente passado do verbo ser no presente ao foi no passado. O alarmante é que ninguém parace incomodar-se ou revoltar-se com o estado da justiça em Portugal. Que fazem os juizes a estes casos?? Aliás que raio fazem os juizes nos tribunais portugueses?? Também recebem luvas??? Isto não é, não pode ser considerado normal. Estamos a caminhar para uma era em que uma pessoa honesta será considerada uma pessoa marginal...

Onde é que noutro país se vê um Vale Azevedo a pavonear-se de Bentley "ali ao lado" quando anda fugido da dita justiça. Onde se vê uma Fátima Felgueiras "in and out" no Brasil e ser recebida em apóteose depois de ter fugido à justiça para ter tempo de desmaterializar as provas. Onde se vê um funcionário a lesar o estado (nós pagantes, contribuintes!) despedirem a chefe e o tipo continuar a trabalhar e como é óbvio a roubar............................. Podia continuar por dias......

Será de mim?!!! Ou está tudo doido!

Beijos a todas

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Felicidade!?

Como sabem eu por cá sou um bocado avessa a correntes, desafios e coisas afins. Mas com este desafio me foi proposto por esta amiga não podia recusar, por isso aqui vai a minha perspectiva de felicidade ou falta dela.

Humanista por vocação, mas rendida à objectividade dos números. O encontro com a palavra é para mim por demais importante. Uma palavra pode começar uma guerra e uma palavra pode terminá-la, tão grande é o seu poder. É com grande paixão de destrinço conteúdos e significados de palavras e por isso mesmo, ler é para mim o mais básico dos amores.

Contudo, existem palavras cujo significado não é de todo objectivo, palavras de significado abstracto, ou seja não existe uma definição objectiva para essas mesmas palavras. A palavra felicidade é uma delas, e talvez por isso umas palavra dificil de definir.

Em primeiro lugar, temos de ver se a felicidade é um acto ou um estado de espirito. Como acto, significa que realizamos algo que poderá ou não tornar o estado de espirito de alguém feliz. Como estado de espirito poderá significar se somos ou não felizes...

Complicado?!

Claro que sim!

A felicidade, do meu ponto de vista é como uma Árvore de Natal. De per si não tem nada de extraordinário, é apenas uma árvore. Com os pequenos enfeites que lhe vamos colocando, poderá tornar-se numa coisa maravilhosa.

Ao longo da vida, vamos coleccionando eventos, com os quais vamos construindo a nossa Árvore de Natal. É claro que nem todos os acontecimentos que se cruzam na nossa vida serão bons ou proporcionadores de estado de felicidade. O que interessa é o saldo final. Se somarmos mais eventos felizes, então poderemos ser felizes. Se somarmos mais eventos infelizes então seremos menos felizes.

Reparem aqui, que não utilizo a palavra infeliz, não porque desconheça a sua existência, mas sim porque acho que assim como ninguém é verdadeiramente feliz, também ninguém é verdadeiramente infeliz, porque existirão sempre alguns momentos bons ainda que parcos na vida de uma pessoa.

Então e não há ninguém verdadeiramente feliz? Evidentemente! Não por não termos até uma boa vida, mas porque quanto mais temos, mais queremos e mais desiludidos nos sentimos por não atingirmos este e aquele objectivo, por mais mesquinho que ele seja. Trata-se como diz a Anna, de uma questão de fasquia alta demais, é mais ou menos como a busca da mulher/homem ideal.

Se sou feliz?

Depende dos dias. Há dias em que o brilho no olhar não deixa margem para dúvidas, outros porém, parece que o peso do mundo caíu sobre as minhas costas.

No geral?

Sim sou feliz! Tenho ao meu lado todos os que me amam e eu amo, tenho saúde e os meus filhos também, tenho emprego e ganho benzinho, tenho uma vida confortável...

Claro que poderia ser riquissima, badaladíssima, e ser casada com o Brad Pitt, mas será que seria mais feliz por isso??

Beijos a todas

PS. O desafio vai para todas que quiserem meditar sobre o tema, mas gostava de o ver abordado pela: Nina, Maganita, Bem me queres, Susana Pina, Alexandra e Grilinha

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Maleitas de Inverno

Em tempo de frio, gela em nós toda e qualquer vontade de fazer o que quer que seja, exceptuando a vontade de estar sempre sem fazer nada. Desculpando a redundância, é mesmo isso que apetece, desde que o respectivo "fare niente" seja acompanhado de uma boa lareira acesa e um bom cobertor polar quentinho enrolado à volta das pernocas.

Divagações à parte, a verdade é que não sendo possível tal ilusão, lá vamos andando às intempéries e quando estamos no tão desejado recesso de nosso lar, as tarefas acumuladas e as rotineiras impedem que nos sentemos nem que seja por cinco parcos minutos. Por isso vamos sonhando com lareiras e destinos quentes. Isso quando nos é permitido sonhar.

Digo isso, porque o pequeno infante "terrible", está com a boca cheia de aftas. Esteve com febres muito altas sem o acompanhamento de sintomas, e depois elas brotaram na sua boca como cogumelos e o pobre baba-se dia e noite, não come e não dorme e chora o tempo que lhe sobra. Por isso, esta mãe que vos escreve é um ser penante há quatro noites consecutivas.

Se o meu pequeno anjo, está neste estado, nem quero imaginar o que acontecerá se a sua pequena irmã berrante também apanhar a mesma maleita... Acho que fujo para outro continente e ainda assim lá, vou conseguir ouvir os gritos dela... Tadinhos!

A vontade para trabalhar é pouca e o trabalho acumula-se na secretária. Talvez na próxima semana consiga ter a cabeça mais lúcida para resolver certas coisas. Porque hoje definitivamente não dá.

O Inverno é uma estação medonha. Detesto Inverno, detesto o frio, a chuva e todos os acessórios que vêm no pacote invernal. Não se pode fazer nada, andamos doentes, carregados de roupa, os virus proliferam em todo o lado... Bahhh!

Beijos a todas

terça-feira, janeiro 06, 2009

Ano Novo

No rescaldo deste último Natal, o de 2008, digo que foi bom. A pequenada já participou mais nas festividades, e já compreendiam que havia ali algo de especial. As prendas foram muitas, mas só lhes dei algumas para a "estragação" não ser completa.

Estão numa idade em que ainda não ligam muito às coisas, acham gira a novidade, mas depressa se cansam. Assim, optamos por ir dividindo as coisas, e podemos ver a alegria deles mais vezes.

As férias de Natal, trouxeram grandes desenvolvimentos, acho que foi algures por aqui que os meus bebés passaram a ser meninos, crianças.

A M. já diz tudo, está sempre a falar e a repetir religiosamente tudo o que ouve dizer. Aguentou bem as festividades até tarde, mas sentiu muito mais a agitação não dormindo nada as noites de festa. Passou o ano no colo da mamã.

O L. é sempre o mesmo passarinho mafarrico, que não pára um segundo e sente uma curiosidade enorme por tudo o que o rodeia. Fala menos do que a irmã, mas já se faz entender muito bem. Há meia-noite do ano velho já dormia sossegado no ninho.

Já vestem roupa de 2/3 anos, e algumas peças que há alguns meses achava enormes assentam-lhes agora como luvas.

O ano 2008, foi um ano de encanto pessoal. Espero que 2009 continue a ser um ano cheio de trabalho, dinheiro, saúde, porque o Amor, esse estará sempre cá e é imenso.

Bom Ano 2009 para todas