segunda-feira, abril 30, 2007

Upss... I did it again!...

E porque nem só de biberões vive o homem (neste caso a mulher), tirei um bocadinho, para vir contar algumas peripécias da pequenada.

O Locas, é um rapaz muito mimalhinho, comilão e chorãooooo. Na primeira vez que os vovós paternos cá vieram para verem o primeiro banhinho dos pimpolhos (de máquina fotográfica em riste claro) decidiu fazer uma gracinha. Então, estava a mamã toda contente com o pirralho ao colo, todo despidinho, mete-o na banheira e eis que o rapaz decide fazer um cócó dentro de água. Conclusão, tivemos que mudar a água outra vez e as "photos" nada apresentáveis.

Continuando no Locas, devo dizer-vos que o evento que marcou o seu nascimento, foi ele fazer uma xixizada em cima do pediatra (acabadinho de nascer), e essa continua a ser a sua imagem de marca. Aquilo funciona tipo panela de pressão: Abra-se a fralda... Leva-se com um jacto de xixi. Noutro dia estava eu a pesá-lo antes do banhinho, e, enquanto tentava acertar os pesos da balança ouço um ruído tipo "parece que está a chover, mas está sol lá fora...", olho e era sua excelência a presentear tudo o que estava em cima da mesa com o repuxo (um leitor de cartões digitais, uns óculos de sol, etc.) eu logo tento mudar a trajectória da "coisa", e assim que lhe toco começa a cair o repuxo no cortinado da vóvó... Bem!!! Este rapaz promete!!! O pior é quando ás 3 da manhã o rapaz molha a roupa toda e a mamã ou o papá (depende de quem estiver de serviço ao infante) têm de trocar tudo.

A M é mais reservada, ambos têm dificuldade em fazer os cocozes, então a mamã tem de ajudar um bocadinho, então de vez em quando lá saí uma cocozada "de jacto" e vai directa à roupinha da mamã... E sabem o mais engraçado... Não me importa nada! Aliás, essa é outra das vertentes da maternidade, deviam ver o meu ar de felicidade quando vejo a rapaziada a fazer os cocozes, nunca julguei que iria ficar assim tão feliz, o que é certo é que eles ficam mais bem dispostos, dormem melhor... Então eu também fico bem disposta...

Mais uma vez peço desculpa por não ser tão assídua nos vossos cantinhos, mas realmente o tempo é muito escasso. Venho só deixar novidades!

Ah... Já me esquecia... Os pipizes estão lindos!

Beijos a todas

quarta-feira, abril 25, 2007

24 hours job

Venho cá, num pequeno intervalo, e nem sei se conseguirei terminar este post em tempo útil. Ao pensamento assola-me o título de uma canção (sempre a música a marcar pontos) da minha adolescência, e se na altura o título nada me dizia, agora acho-lhe piada: "Working nine to five, what a way to make a living..."

Bem nós por cá não trabalhamos só das 9 às 5, temos um trabalho de 24 horas sobre 24. Os pipizes estão uns amores, muito crescidos e já começam a demonstrar as suas personalidades.

O "Locas", está um gorducho, pesava 3,700 no dia 19, agora deve andar por volta dos 3,900, mais coisa menos coisa. É um mimalhaço, muito comilão. Se o acordo para mamar, ele ainda vai estando bem disposto , se por acaso o deixo dormir até ele acordar, começa logo a chorar para comer e só se cala quando sente o biberão na boca. Adora colinho, e dormir na caminha dos papás (sim, eu sei que não se faz, mas quem consegue resistir a dar muitos miminhos depois do que eles passaram??).

A M. é mais independente, mais magrinha, está a retomar o lugar que sempre teve na barriga, ele o comilão, ela a mais magrinha. No dia 19 estava com 3,520. É muito sensível e refilona. Se existe muita agitação ressente-se logo, é mulher e basta.

Enquanto escrevo, o meu pé direito embala a espreguiçadeira do "locas", a M. dorme no sofá aqui detrás de mim. Sentei-me depois de lavar biberões 4 vezes e de os esterilizar pelo menos 3. As mamadas têm de estar sempre prontas. Tenho biberões no frigorifico e 2 aquecedores de biberões sempre ligados (de noite então dá um jeitaço).

Já aprendi que o trabalho de mãe não acaba, enquanto eles dormem (e quando o fazem), temos de deixar tudo pronto para não faltar nada da próxima vez que seja necessária. Tomamos banho a correr, e sempre com o intercomunicador ligado, o creme no corpo após o banho é uma miragem, e por vezes até para pentear o cabelo temos de esperar até ao fim da manhã.

Com tudo isto, muitas são as vezes que ficamos sem comer ou perdemos o apetite, o que comemos é sempre a engolir, porque o irónico é que eles parecem dar pelo nosso "relax" e um deles começa a chorar e lá vem a mãe tipo ventoínha sossegar o bebé, o que leva a que quando conseguimos voltar à mesa a comida já esteja fria e tenhamos perdido completamente a fome. isto, quando o outro gémeo não começa a chorar a seguir (porque eles apesar de gémeos falsos, estão em perfeita sintonia: Um tem soluços, o outro também, um remexe-se a dormir, o outro também, etc.).

O nosso trabalho, vai para além de suprir as necessidades de comidinha dos nossos rebentos, também temos de ajudar a fazer os cocózes, aspirar os narizinhos para tirar as secreções, etc, etc. Por esta altura, os meus gémeos já me xixizaram as calças as camisolas, os cortinados e centenas de bodys acabadinhos de mudar. Os cocózes então... Nem vou falar....

As noites, fazem-me lembrar aquela musica do Pedro Abrunhosa "Longas são as noites... que passo sem dormir...", perco a noção de tempo de de espaço, e a qualquer ruído salto da cama tipo mola. Os pipizes ainda não dormem muitas horas seguidas e choram quando querem a comidinha, como optamos por dar a comida ao mais esfaimado (em geral o locas) e deixar dormir o outro. Já acordo a ouvir choros que não existem, e sem saber onde estou e a pensar se já terão passado muitas horas, e quando olho para o relógio vejo que passaram apenas alguns minutos desde a última vez que para ele olhei.

Temos tido ajuda, porque senão acredito que seria ainda mais complicado. Mas ainda assim, tem sido duro, sempre que posso, saio um pouco e vou espairecer, acho que é o melhor que posso fazer por mim e por eles. Acho que deve ser isto a que chamam o "baby blues", no caso das mães de gémeos, deve ser a dobrar. Acredito que esta fase vai passar, este é só mais um desafio.

"Working 9 to 5 what a way to make a living"

Beijos a todas

sexta-feira, abril 13, 2007

Pai...

Este é um post reivindicado, mas é um post merecido. É uma homenagem ao Pai. Ao Pai dos meus filhos, a todos os Pais (que possam ser considerados como tal).

A maternidade, é algo intrínseco à mulher, é algo que sentimos desde o primeiro momento em que sabemos que estamos grávidas e que vamos sublimando à medida que a gravidez avança. As alterações no nosso corpo, as hormonas todas em alta, enfim, todas as infinitésimas mudanças que sentimos e que tornam tão complexo o processo de gerar uma vida.

O homem, não sente... Não quero com isto dizer que ele não pode ficar psicologicamente grávido do seu filho, quero dizer que para ele o processo é muito mais abstracto do que para nós que vivemos a criação do pequeno ser por nós gerado muito mais interiormente.

Existem homens que "engravidam" com a mulher, e seguem todos os seus passos, e ligam para ela 1000 vezes por dia, vão a todas as consultas, andam sempre agarrados à barriga, etc. E homens que vivem a gravidez da mulher de forma mais tranquila e expectante. Não quer por isso dizer que a vivam menos, quer talvez dizer, que estão mais incrédulos relativamente a essa mesma gravidez.

O meu marido foi um destes últimos. Não era homem de andar sempre atrás de mim a perguntar-me se estava bem, nem era homem de ir comigo a todas as consultas, nem de me telefonar 1000 vezes por dia, ou de andar sempre agarrado à barriga a perguntar todos os dias como seriam os nossos filhos, era um homem mais moderado, ia seguindo a evolução, os altos e baixos sem nunca entrar em grandes euforias.

No entanto, alguns momentos ficaram na memória:

A confirmação da gravidez gemelar, em que ele guardou na carteira a foto da ecografia, como se de uma relíquia se tratasse;

O despertar, ainda que tardio, quando eu fiquei em repouso e não podia ir sózinha ás consultas: A cara dele ao ver as ecografias e ver que ali dentro da barriga da mulher dele, estavam 2 seres (ainda me lembro da aflição dele ao ver o L com a mão fechada e julgar que ele não tinha dedos).

Se para mim, o facto de estar á espera de 2 filhos era uma realidade imaterializada, até ao momento em que os vi nascer. Para ele era ainda muito mais, porque não os sentia todos os dias a crescerem dentro de si.

O Pai dos meus filhos foi um daqueles homens que só foi pai verdadeiramente quando viu os filhos, e se apercebeu que eles estavam ali e eram reais. E acredito que só aí se apercebeu da dimensão do que acabava de acontecer nas nossas vidas.

O Pai dos meus filhos só se apercebeu que era Pai, quando no dia 16 de Março, o Pediatra anunciou que os ia transferir para a Neonatologia porque eles não estavam a reagir bem, e ele chorou agarrado à mãe, e choramos os dois.

Só se apercebeu que era pai, e o que isso significava, quando foi com a ambulância acompanhar os filhos e ficava horas a fio na Neonatologia a olhar para eles dentro das incubadoras. Quando a cada dia que passava as incertezas quanto ao estado deles, nos deixavam desesperados, e quando em vez de ver os filhos progredirem os via regredir.

Fizemos kilometros de carro, passamos horas em cadeiras desconfortáveis, estivemos juntos em todas as horas difíceis até que os nossos filhos saíram do hospital. E partilhamos todas as angústias e todas as vitórias deles até os podermos trazer para a casa que eles não conheciam.

Desde essa altura, o Pai dos meus filhos tem sido (uma vez mais), um pai exemplar, que partilha todas as tarefas (até as mais ingratas como mudar os cocozes), e insiste em ser ele a fazer tudo desde o leitinho até ao banhinho. E nem nos momentos de maior stress (porque acreditem que não é fácil), ele vacila.

Não tenho dúvida que no dia 15 de Março nasceu um Pai, com P maiusculo, e que os meus filhos, terão sempre esse amor incondicional por parte do pai deles que têm agora, e se algum dia me acontecer alguma coisa, sei que posso fechar os olhos descansada porque com o pai não terão falta de amor, nem de atenção. Sei que serão sempre o centro do seu mundo.

Por todos os motivos enunciados, presto aqui singela homenagem ao Pai dos meus filhos, e a todos os pais que sejam dignos desse nome.

Beijos a todas

segunda-feira, abril 02, 2007

Felicidade em estado puro

Para começar quero pedir desculpa a todas as amigas virtuais pela minha falta de tempo para visitar os vossos cantinhos e para agradecer todo o carinho que têm tido connosco. Logo que as coisas estejam mais calmas, retribuirei todas as visitas e actualizarei as novidades.

Por cá, estamos a entrar na rotina, isto de ter 1 filho não é fácil, quem tem 2 então... É o caos absoluto. Para já os pipizes têm de mamar de 3 em 3 horas, porque como são pequeninos não se pode abusar muito. Eles têm de crescer!

Depois em cada mamada, temos de mudar as fraldinhas 1 vez ou por vezes várias vezes por mamada (se eles decidem fazer o servicinho...), depois temos de pôr os bebés a arrotar, e por fim voltar a adormecê-los. Ora, depois de termos feito tudo isto sobra muito pouco tempo para dormir porque quando acabamos está quase na hora da mamada seguinte.

Por estes motivos, e pelo cansaço acumulado dos primeiros 11 dias de vida dos pipizes, os papás andam tipo zombies, mas muito muito felizes.

Acreditem quando vos digo que quase todos os dias me comovo até ás lágrimas ao olhar para eles, ainda hoje me custa acreditar no milagre de ter gerado uns seres tão pequeninos, tão perfeitinhos. Amo-os tanto que me dói. Apetecia-me estar sempre colada a eles a dar-lhes beijinhos e abraços e colinho.

Sempre que tenha um minutinho voltarei para dar novidades dos pipizes e minhas claro.

Beijos a todas