sexta-feira, outubro 17, 2008

Bolotas

"Mamã mão!" "Mamã mão!" - pego-lhe na mão, o irmão corre mais à frente. Tenta conduzir-me onde pretende mostrar-me alguma coisa. Dirige-se a um velho tronco de árvore e diz: "mamã buota", entendo o termo "bolota", mas não percebo o contexto. Volta a repetir: "mamã buota", de repente olho e vejo um buraquinho no tronco da árvore, está cheio de bolotas. O irmão chega a correr e trás mais duas bolotas nas mãos, delicadamente coloca-as no buraquinho, batem palmas os dois... Eu também. Têm um armazém de bolotinhas os meus pipizes, no tronco de uma árvore velha...

Já sabem o que são bolotas, pinhas, cogumelos, relva, árvores, pássaros, musgo... Vivem em contacto com a natureza. Sujam as roupas, os sapatos, as mãos e as unhas parecem as das "meninas da Ribeira do Sado" que lavram a terra com as "unhas dos pés".

O que eles querem é andar cá fora a correr, a ver a laranjas verdes nas árvores e os figos nas figueiras. Vão às cabaças do Natal dão-lhes chutos porque pensam que são bolas... Apanham as bolotas do chão e as folhas que o Outono tira das árvores, aos pequenos ramos do chão dizem "Pau!Pau!" e vão apanhá-los. Vão ver o cão à sua "mansão" e chamam "cão Dino" e dizem "au au".

São felizes os meus pips, têm a felicidade que muitas crianças não têm, estão em casa com as avós e têm muito espaço para correrem, muita natureza para conhecerem. Aquilo que outros miúdos conhecem bem, eles não ligam a mínima. Não querem saber do Noddy, do Ruca e companhia, a televisão não lhes diz nada. Querem é ver os peixes, os gatos, as bolotas e outras coisas que tal.

Acho que é isso mesmo que eu pretendo para eles, que cresçam em contacto com a natureza sem ficarem dependentes da televisão, consolas e "game-boys", porque se há coisa que não gosto é de ver miúdos agarrados horas às televisões e outros objectos que tal. Mesmo ao fim de semana, quando não vamos para as avós, tento sempre levá-los a qualquer sítio interessante: Dar uma volta à beira mar, para eles mexerem na areia que adoram; Ir a um parque infantil andar nos escorregas e nos baloiços, qualquer coisa ao ar livre. É raro irmos a centros comerciais com eles, muito raro mesmo.

Beijos a todas

quarta-feira, outubro 01, 2008

Esta época do ano é sempre de grande intensidade laboral para mim. Até aqui nada de novo, só que a minha pequena prole a cada dia fica mais exigente, o que tudo junto faz com que ainda acumule mais cansaço.



Sempre me disseram que quando eles começassem a andar é que eu ia ver o que era ter trabalho. Eu sempre disse, que iria preferir essa fase à fase das mamadeiras e dos choros das cólicas. E de facto aprecio muito mais agora do que anteriormente, mas que dá cá uma canseira... Isso dá!



Eles é saltarem para cima das cadeiras, mesas, sofás; Ligam e desligam as luzes, televisões vezes sem conta; tentam agarrar (e na maior parte das vezes conseguem) tudo o que está em cima dos móveis; Atiram comida em todas as direcções e por vezes enfiam os pratos cheios na cabeça como se de chapéus se tratassem; Se apanham papel higiénico é vê-lo espalhado pela casa fora... Enfim...



A minha casa já esqueci. Está sempre completamente caótica: Os brinquedos espalhados por todo o lado, as cadeiras deitadas no chão para eles não subirem para cima delas, os móveis despidos, tudo o que eles não possam mexer colocado em sitios altos estratégicos o que se torna até piada, por exemplo quando vamos à casa de banho e temos de fazer uma ginástica imensa para chegarmos ao papel higiénico.



São imensamente curiosos e principalmente como diz o pai: "São dois!" - Andam sempre atrás um do outro e se falta um o outro pergunta logo: "A mana?" - "O mano?"



A parte boa da questão é que depois das férias já adormecem sózinhos nas suas caminhas. Há horinha deles lá os vou deitar e já ficam quietinhos sózinhos com a luz apagada e adormecem. Por isso amigas que adormecem os bebés ao colo: "Não se preocupem, na hora certa eles vão começar a adormecer sózinhos!"



O L. ainda não dorme a noite toda, ainda acorda muitas vezes ao meio da noite e por vezes fica acordado durante algum tempo. Dou-lhe um leitinho, mas nem isso é suficiente para ele pegar no sono outra vez, muitas vezes fica a dar voltas na cama, tal e qual como nós quando temos insónias. O meu desespero por não poder dormir é muito, mas tenho muita pena dele e lá o vou tentando acalmar para ver se ele pega no sono outra vez. Quando passadas um ou duas horas ele pega no sono, eu já exausta não consigo dormir, depois quando adormeço já está na hora de levantar... Ando exausta, ás vezes acho que se me deixassem dormia uma semana seguida.



Agora também, começo a ter de assumir coisas que até aqui tinha deixado ficar para trás. E vou ter de começar a acompanhar alguns eventos profissionais fora do país. Vou começar já em fins de Outubro. Tenho de me ausentar do país durante 4 dias, nem ando bem... Vai ser a primeira vez que fico longe deles, ando com o coração apertado.

Beijos a todas