terça-feira, dezembro 23, 2008

Feliz Natal 2008

Porque o tempo é escasso, este espaço tem andado um bocado às "moscas". No entanto, não queria deixar de desejar a todos os meus leitores um óptimo Natal de 2008 e um 2009 com uma mão cheia de sonhos realizados.

Nós por cá estamos bem, as férias hoje iniciadas vão dar-nos um pequeno interregno pelo menos laboral. Passamos o Natal cá, mas no dia 26 rumamos à praia da T. para carregarmos um pouco as baterias com os nossos pequenos "meninos-Jesus". Voltamos dia 5 de Janeiro.

Beijos a todas

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Acerca da "ajuda" marital e não só

Este post, é dedicado aos homens, maridos, companheiros, espectadores e afins. É um texto que obviamente não pretende ser regra, mas que acredito se aplicará em muitos (e muitos) casos, quer as respectivas consortes queiram admitir ou não.

O homem, espécie muito estranha, tem pretendido ao longo dos últimos 2 séculos (finais do XX e inicios do XXI), mostrar-se liberal, actual, esconder as suas raízes verdadeiras de homem de "cro-magnon". Alardeiam aos sete ventos que são homens modernos, que acham a igualdade das mulheres uma coisa fantástica e blá, blá, blá.

Ora, a verdade é que na hora H a coisa não é bem assim, em vários ramos da nossa vida quotidiana, por exemplo, homens a exercer as mesmas funções das mulheres em geral ganham mais, etc.

Na vida doméstica então, a discrepância é gritante. Porque a igualdade da mulher é muito bonito e tal, mas umas são mais iguais que outras...

Eles "ajudam", a pôr a louça na máquina;
Eles "ajudam", a mudar umas fraldas aos miúdos (os que ajudam claro);
Eles "ajudam" a dar banho aos miúdos mas esquecem-se que eles precisam de roupa e eles NÃO SABEM onde está a roupa;
Eles "ajudam" a dar o jantar aos miúdos, mas NÃO SABEM onde está o jantar, quanto tempo demora a aquecer, ou a que horas deve ser servido (isto já para não dizer que se forem eles a ter de fazer o jantar as crianças bem podem morrer à fome ou então comem da "telepizza");
Eles "ajudam" sentando-se à mesa a jantar a comidinha preparada por nós, depois de termos chegado de trabalhar dado banho aos miúdos, termos aquecido e servido e dado o jantar aos mesmos, enquanto com a nossa quinta mão disponível fazíamos o jantar para todos;
Eles "ajudam" a avolumar roupa suja na lavandaria porque NÃO SABEM colocá-la na máquina e pôr a dita a lavar, tirar a roupa e estendê-la então, é coisa para ETS;
Eles "ajudam", quando os miúdos estão doentes a dormirem profundamente enquanto nós temos de nos levantar há hora certa para darmos a medicação, verificar o febre ou simplesmente quando os miúdos choram;
Eles "ajudam" a dizerem-nos que têm horas a cumprir e portanto não podem chegar atrasados quando as coisas se complicam de manhã para sair de casa (nós não temos horários claro!);
Eles "ajudam" a queixar-se que não têm tempo para os seus momentos de lazer e que sem eles não aguentam a pressão do seu trabalho, da sua vida, etc (nós não temos pressão nenhuma, até somos desocupadas, e a entidade patronal paga-nos o ordenado pelos nossos olhos lindíssimos);
Eles "ajudam" a fazer tantas coisas que até me canso de as enumerar.

O mais engraçado, é que quando reclamamos da imensa ajuda prestada, eles mostram sempre quão afortunadas nós somos, porque até existem outros que nem uma fralda aos filhos mudam...
E portanto nós mulheres de sorte nem devemos sequer reclamar porque fomos abençoadas com uma sorte extraordinária por os termos encontrado no nosso caminho.

Existem mulheres que engolem a cantilena, e ficam a meditar acerca da verdadeira sorte grande que lhes saiu porque até têm um marido que as ajuda a fazer umas coisitas e vão fazendo as suas múltiplas tarefas, estouradas e resignadas. Outras há que reagem e isso depois acaba por gerar uma série de discussões intermináveis.

A verdade é que quando chega ao fim do mês, eles como homens modernos que são não se importam nada que o nosso rendimento "ajude" a economia familiar, afinal, estamos em pleno século XXI e eles são homens modernos.

Apercebemo-nos que pouca coisa mudou desde o tempo das nossas avós. O que mudou, foi que a nossa dita independência serviu para nos escravizar ainda mais. Porque hoje somos fonte geradora de riqueza, trabalhamos ombro a ombro com os homens, ganhamos tanto ou mais do que eles, mas na nossa vida quotidiana continuamos a fazer o que faziam as nossas avós e depois delas as nossas mães. Acredito que hajam homens que partilhem de igual maneira as tarefas domésticas, mas tenho a certeza que são mais os que se baldam a elas.

Beijos a todas