quinta-feira, março 30, 2006

"Quem me dera ter um filho" - The final cut


Acho que está na hora de terminar esta pequena saga sobre este livro. Foi muito bom constatar que todas gostaram, e melhor ainda, que muitas querem comprar este livro (acho que vou ligar para a Editorial Presença para pedir uma comissão).

O final não será por mim desvendado, até porque acho que perde a piada toda para aquelas que pretendem comprar o livro. As outras se pretenderem saber o final contactem-me nesse sentido que responderei individualmente.

"(...) Estou a ovular. Anda, rápido, vem para casa, temos de fazer amor já.
- Estou a meio de uma reunião. Quando estiver despachado, telefono-te.
- Não, James, preciso que venhas imediatamente para casa.
O que estava ele a fazer? Era vital que tivessemos relaçõess já. Naquele preciso momento, em que estava a ovular.
- Ligo-te mais tarde.
- Não James, anda...
Já tinha desligado. Atirei com o telefone à parede. Tinha levado quatro meses e meio a chegar àquele ponto, e agora ele ia estragá-lo chegando a casa tarde e o óvulo ir-se-ia embora, ou murcharia, ou fosse lá o que fosse. Precisávamos de fazer sexo imediatamente. Pus-me a andar de um lado para o outro da sala, a hiperventilar.(...) Raios me partissem se ia ficar à espera mais um minuto que fosse. Agarrei nas chaves do carro e fui(...).

"Tinha consciência de que estava a um passo de ficar maluca, mas tinhamos mesmo de fazer amor o quanto antes. De que valia seguir o tratamento se a seguir não tinhamos relações? Uma parte de mim estava zangada com o James por ele não perceber a importância de passarmos à acção no momento exacto. Mas também sabia que teria de fazer as pazes com ele para que ainda houvesse alguma esperança de fazermos amor naquele dia, por isso fui comprar-lhe uma camisa nova(...)"

Acerca de um amigo que tinha comunicado o nascimento de um segundo filho, logo após a notícia de mais um negativo:

"Sentei-me dentro do carro e tentei apaziguar o grito de dor que sentia mesmo por baixo do peito. Sabia que se o deixasse sair cá para fora, não seria capaz de o controlar. Respirei fundo... inalar, expirar, inalar, expirar. À medida que me ia acalmando, a minha angústia foi sendo substituída pela raiva e pelo ressentimento. Por que raio é que tudo aquilo era tão fácil para a Jess? Como é que ela era capaz de ter filhos como coelhos? Por que é que as coisas corriam duma forma tão tranquila à Jess, e à Imogen, e a toda a gente no raio do mundo inteiro? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Agora ia ter de ir visitá-la ao maldito hospital, e sorrir, e arrulhar com o bébé, e fingir que eram as melhores notícias que alguma vez recebera. Tinha ganas de matar alguém. Queria bater com o carro contra um muro. Aaaargh. Quanto mais é que seria obrigada a aguentar?"

A ida à maternidade visitar o novo rebento:

"Eu tinha começado a chorar. Sabia que tinha de sair dali antes de me ir completamente abaixo. Lá consegui dizer atabalhoadamente: - Tenho de ir andando - e saí disparada pelo corredor fora, indo de encontro a pais e mães extasiados pelo caminho. Não era capaz de respirar. Sentia-me como se me estivesse a afogar. Consegui chegar ao carro, sair do parque de estacionamento e descer a rua. Estava a chorar tanto que não via nada à minha frente. Só precisava de chegar a casa antes de me ir desfazer por completo em lágrimas. Precisava da segurança da minha casa. Carreguei no acelerador. Mais depressa, tinha de ir mais depressa.(...)

Só quando um carro da polícia encostou ao meu (...) me apercebi de que era a mim que estavam a perseguir (...).

Não fui capaz de me conter. Estivera o dia todo a ameaçar sair cá para fora. Um grito de angústia saiu-me da garganta. Sentei-me na beira da estrada e comecei a soluçar descontroladamente (...)

- Não percebo... Este tem sido o pior dia da minha vida... dezasete meses e nada... nenhum bébé... e eu fui visitar uma amiga que acabou de ter um bébé... e foi tão dificil... tantas mães e tantos bébés... todos tão felizes... tanto amor nos olhares... por isso tive de me vir embora... e vinha a conduzir e a chorar... eu não tenho nada... nenhum bébé... só exames e medicamentos horríveis que me põem louca... e o meu marido detesta-me... bom, ele não detesta, mas ando a dar com ele em maluco... ando a dar comigo em maluca... é tão dificil... Por que é tão dificil ter um bébé?"


E pronto amigas, termino por aqui este relato, queria deixar para o fim as partes mais dramáticas do livro para que entendessem, por que é que no primeiro dia vos disse que este livro me fez chorar de rir, para logo de seguida ser levada às lágrimas de verdade e de puro sentimento.

É tão fácil para mim rever-me nestes relatos, na verdade vejo cada uma de vós expressas neles, e pergunto a mim mesma quantas de nós aguentarão esta pressão a que estamos sujeitas e quantas ficarão pelo caminho da esperança... A ver vamos.

Beijos para todas!



terça-feira, março 28, 2006

"Quem me dera ter um filho" - Parte IV

Antes de mais peço desculpa pelo longo interregno entre a parte III e a parte IV. É que eu, eu primeiro lugar, ando com imenso trabalho (Desculpem-me "mosquiteiras" que vos deixo penduradas no Messenger!! Gosto muito de vocês!!), em segundo lugar, porque ando naquela altura do mês em que desejava ardentemente tirar umas férias de mim própria...

Não, não se assustem, não estou a pensar em nada de dramático, até porque não sou uma pessoa nada dramática. As que me conhecem melhor, sabem que encaro tudo com um certo humor, um pouco mordaz por vezes, mas não deixa de ser humor. O que acontece é que estou na expectativa da vinda do M. Red para este fim de semana (mais coisa menos coisa), e como desejava que ele não viesse, e não me foi diagnosticada nenhuma impossibilidade real para tal... Todas sabem do que estou a falar... e o que estou a sentir. Daí eu dizer que me apetecia ir de férias de mim própria e só voltar quando o dito amigo resolver aparecer ou não e apagar o tempo "in between".

É nesta fase que estou como a heroína do "meu livro", apalpo as "mamocas" várias vezes ao dia, para ver se doem, e as desgraçadas de tanto serem apalpadas acabam por doer, nem que não queiram; Procuro cheiros mais intensos para ver se estou enjoada; Espreito as cuequinhas à procura de alguma coisa mais suspeita, etc, etc, etc.

Bom, mas adiante, vou continuar o resumo do livrinho:

Acerca da toma de um medicamento: O clomifeno

"Quando o James chegou a casa, andei atrás dele pela casa fora a fazer-lhe o relato minucioso do meu dia. - ... E tenho de tomar estes medicamentos malucos que me fazem produzir montes de óvulos e existe a forte probabilidade de que eu possa vir a ter cancro nos ovários por causa dos medicamentos e morrer depois de ter os trigémeos.
O James ficou a olhar para mim embasbacado, com ar de desaprovação. - Cancro? Cancro, mesmo?
- Sim.
- Isso não é um bocado de mais, Emma?
- Não, é a única maneira.
- Então e que tal sexo à maneira antiga?
- Já tentamos isso, lembras-te?
- Então vais dar-me três filhos saudáveis e depois morres e deixas-me a criá-los sozinho?
- Filhas... e só te podes voltar a casar depois de cinco anos de luto, mas não com uma loira e muito menos com aquela vaca que vai sempre meter-se contigo depois dos jogos."

Amiga "mosquiteira" este parágrafo é para ti...

(...)
"Comecei o tratamento com clomifeno e, depois de ter engolido ansiosamente o primeiro comprimido, decidi ler o folheto explicativo. Nele, encontrei uma descrição dos possíveis efeitos secundários do medicamento, que íncluiam hiper-estimulação ovárica, aumento do tamanho dos ovários, com eventual ruptura, perturbações da visão, vermelhidão da pele, desconforto abdominal, naúseas e vómitos, depressão, insónias, aumento de peso, erupções cutâneas, tonturas e queda de cabelo. Fiquei a olhar para aquilo em estado de choque. Santo Deus! Ia ficar careca, suada, gorda e deprimida.(...)

"Mosquiteira" Tica, este parágrafo é para ti que gostas de perguntar muita coisa aos médicos, e que dizes que o meu médico parece um filósofo (ora imagina que o homem era jeitoso... Como é que eu ficava??)

"Mais uma vez dei por mim despida da cintura para baixo, deitada de barriga para cima e com as pernas flectidas. O radilogista era um homem, chamado Tom, em forma e extremamente atraente, o que só tornou a situação ainda mais desconfortável. Quando me sinto envergonhada, tenho tendência a compensar exageradamente, e começo a falar sem parar e com demasiada animação. Assim, quando o Tom me começou a explicar o que se ia passar, eu não parei de o interromper com deixas infelizes. Senti-me ridicula.
- Tal como com certeza já foi informada, os exames de detecção dos foliculos mostram-nos se os ovários estão a funcionar correctamente. Através destes exames podemos...
- Oh, estou a ver, pois. Vamos lá ovinhos, vamos lá coelhinho da Páscoa, Ah, Ah...
Ele olhou para mim, sorriu disfarçadamente e prosseguiu: - detectar o tamanho dos foliculos nos ovários durante vários dias para prevermos o momento da ovulação e avisá-la da altura ideal para a concepção.
- Então da próxima vez tenho de trazer o meu marido comigo para que possamos ir logo para o armário das vassouras, Ah, Ah, Ah?
Foi horrivel, tinha consciência de que estava a fazer figura de parva, mas era incapaz de me controlar. Estava uma pilha de nervos."

Bom por hoje fico por aqui, até porque isto de estar a escrever e a "fofocar" no Messenger tem o que se lhe diga, portanto, antes de mais peço desculpa pelos erros ortográficos que possam detectar. Podem sempre mandar uma reclamação por escrito...

Beijos a todas

quarta-feira, março 22, 2006

"Quem me dera ter um filho" - Parte III

Ora, tal como prometido, a saga continua:

"Depois de Perpignan, fiquei convencida de que estava grávida. Sentia-me permanentemente cansada e doíam-me as mamas... Se bem que isso pudesse ter a ver com o facto de eu não parar de mexer nelas para ver se estavam sensíveis.(...)

À medida que se aproximava o dia previsto para me vir o período eu apalpava regularmente os peitos só para ter a certeza que continuavam doridos. Também enfiei o nariz num prato com salmão fumado, e não há duvida que senti uma leve náusea. (...) Faltavam dois dias, um dia, dia previsto... nada. Viva, estava grávida. Fui a correr ao Boots comprar um teste de gravidez e, quando voltava para casa, senti-o. Tinha-me vindo o período. Fiquei arrasada."

Agora parte do diálogo entre eles quando ele foi fazer o espermograma... Delicioso!

"- As revistas foram suficientes.
- Eram recentes ou antigas?
- Antigas.
- Que nojo. As páginas estavam coladas?
-Bom, não. Se as páginas estivessem coladas, era sinal de que o tipo não tinha feito pontaria para o copo, não era?
- Foi dificil acertar dentro do copo?
- Era um bocado pequeno mas lá me arranjei.
- Quem me dera que dessem qualquer coisa para nós vermos quando temos de fazer esfregaços. Tornaria as cos muito mais simples.
- Porque é que não sugeres isso amanhã ao Dr. Philips?"

Bom, eu acho que quando for à minha próxima consulta de ginecologia, vou exigir, algo interessante para eu poder ver enquanto estou a ser examinada, que dizem?

"Decidi não levar o assunto da pornografia para a minha consulta com o Dr. Philips. Era um homem afectuoso, a meio da casa dos cinquenta, e acho que, só de ouvir a minha sugestão, era capaz de lhe dar uma coisa."

"Voltei ao consultório, subi para a marquesa e coloquei-me em posição. A radiologista mal-encarada aproximou-se de mim com um enorme bastão com uma cabeça redonda que se assemelhava notavelmente a um vibrador gigante. Contudo, qualquer coisa cá dentro me dizia que aquele monstro não me iria proporcionar nem metade do prazer do seu primo mais pequeno."

Acerca da histerossalpingografia:

"Adorei o Dr. Tunney. Era o meu tipo de médico. Senti-me à vontade com ele e comecei a acalmar-me. Seguindo as instruções dele, dobrei as pernas como um rã e esperei que ele inserisse um espéculo... o temido instrumento utilizado para fazer esfregaços. Logo que ficou no lugar, foi introduzido um cateter.
- Agora Emma, vou injectar a tintura. Isto pode arder um bocadinho...- avisou-me o meu herói.
De herói a vilão em três segundos... nunca tinha sentido uma dor daquelas em toda a minha vida. A tintura parecia arame farpado a ferver a explodir-me pelas entranhas. Fiquei tão alarmada com a dor que sustive a respiração.
-Está tudo bem, Emma, está quase a terminar- declarou o Dr. tunney ao ver a minha cara ficar azul - preciso que inale e expire profundamente várias vezes.(...)
Como é que alguém era capaz de descrever aquela tortura como "arder"? Foi aí que percebi.As duas pessoas que me tinham dito que era "simples" e "indolor" eram homens."

"Passados 3 dias voltei ao consultório(...)Dr.Reynolds perguntou-me como correra o exame(...) Tinha planeado contar-lhe que fora uma das experiências mais traumáticas da minha vida e aconselhá-lo a, de futuro, avisar as suas doentes, porque a idéia de "ligeiro desconforto" era absurda e que ele devia tentar enfiar arame farpado pelo pénis acima da maneira errada pra ver como aquilo se transformava em "ligeiro desconforto" (...)"

Ainda bem que não fiz este exame!!

Beijos para todas

segunda-feira, março 20, 2006

"Quem me dera ter um filho" - Parte II

Então, a pedido de algumas amigas, vou hoje, apresentar mais alguns "flashes" deste livrinho:

"Tudo começou duma forma perfeitamente inocente. Eu tinha planeado: Deixava de tomar a pilula em Dezembro, tinha relações, em Janeiro ficaria grávida, teria o bébé em Setembro, em Novembro arranjaria um treinador pessoal e pelo Natal teria recuperado a figura, e o bébé teria entrado numa rotina agradável, de forma a poder pavonear-me durante a quadra festiva com a aparência da modelo "Liz Hurley"."

Amigas, como é verdade isto, eu também já tinha decidido que o melhor mês para nascer um filho seria Março, porque poderia ficar de licença até Julho e depois ia de férias em Agosto... Estava tudo planeado.

"Era inacreditável, eu não estava grávida! Tivera tanta certeza que a dilatação do meu estomago era um bebezinho a crescer dentro de mim. Ao invés, eram uns "muffins" que tinha comido. Um grande choque, pois agora tinha a dupla desilusão de não estar grávida e de me sentir culpada por ter comido os "muffins" seguindo a fantasia complacente de que estava com desejos. Bolas agora ia ter de ir para o ginásio para desinchar a minha barriga não grávida."

"Passada uma hora estávamos na cama. Bem o James estava na cama a fumar o seu cigarro pós-coito (...) enquanto eu tentava fazer o pino contra a parede.
- O que é que estás a fazer?
- O pino - disse eu ofegante
- Por alguma razão especial?
- Para que o esperma tenha mais facilidade em nadar contra a corrente.
-Estás a gozar?
-Estou com cara de que esteja a gozar? - retorqui eu. Esta brincadeira da ginástica estava a revelar-se difícil."

Pois é verdade, eu também passei por esta fase, embora não de forma não radical. Eu era só de almofada por baixo...

"Porra. Porra. Porra. Continuava a não estar grávida.Bolas. tinha certeza que estaria. Tínhamos tido relações no décimo segundo, décimo terceiro, décimo quarto e décimo quinto dias do meu ciclo para jogar pelo seguro. Que raio se passava comigo?"

"senti-me fisicamente mal disposta. Vaca sortuda. Gémeos.Seria perfeito. O que é que se passava comigo? Devia ter falta de óvulos, ou então só tinha daqueles murchos citadinos. Maldita Imogen e mais os seus enormes óvulos, cavalares, férteis e campestres."

(Isto relativamente a uma cunhada que acaba de anunciar estar grávida de gémeos).

"(...) O dia seguinte era o décimo quarto do ciclo. Rezei para que o inchaço não fosse grave e para que ele se sentisse melhor... Porque, nem que fosse preciso amarrá-lo à cama e amordaça-lo, íamos ter relações."

Bom acho que por hoje já chega, até porque o meu marido também já começa a perder a paciência comigo de andar sempre de volta do computador a escrever no blog da infertilidade. Por isso é melhor abusar.

Espero que gostem, amanhã, a saga continua.

Beijos a todas

domingo, março 19, 2006

"Quem me dera ter um filho"

Acalme-se quem pensa que este é um título "dejà vu", que todas nós queremos o mesmo, bla, bla, bla. Este é o titulo de um livro que encontrei no Sábado e que comprei, porque reflexo condicionado obriga, e ultimamente compro tudo o que tem a ver com o tema...

A autora,Sinéad Moriarty (desconheço se sofre de infertilidade ou não), apresenta-nos um texto brilhante, com descrições simltaneamente hilariantes e verídicas, ao estilo de tragico-comédia.

Comecei logo a lê-lo no Sábado à tarde, e dei por mim a rir até às lágrimas, e logo a seguir a chorar, porque aquilo que estava a ler era um retrato fiel de mim mesma de há 2 anos a esta parte. Claro que não parei até ler tudo até ao fim, até porque a prosa era absorvente, e queria saber se no fim ela ia conseguir ou não... Li até algumas partes ao meu marido, e rimos juntos. Rimos como já não ríamos há muito tempo! Aliás rir é só uma das coisas que já não faziamos há muito tempo.

"Sentei-me na beira da cama e suspirei. Estava mesmo apanhada com aquela brincadeira do bébé. Será que todas as mulheres passariam pelo mesmo? Ter de andar a correr atrás dos maridos à espera que eles tenham uns minutinhos que dispensem para a procriação? Qual era a piada de ter relações com datas e horas marcadas? Porque é que eram as mulheres a ter o trabalho todo? Por que motivo teria deus decidido que seriam as mulheres a carregarem os óvulos? Por que razão teríamos de ser nós a suportar o ónus? Por que é que não poderiam ser os homens a controlar as descargas do pénis, e a fazer chichi para um bastonete e a arrastar as respectivas esposas para a cama para terem relações não espontaneas? Não era justo.(...)"

"O problema em fazer bébés era que tinha quase extinto o sexo espontâneo, do género arranca roupa (...). Agora era só cronometragem e datas(...)"

"(...)Não consigo imaginar nada pior do que ter de ir a um baptizado e ficar lá a ver toda a gente a falar amorosamente com duas gémeas lindas e a dizer aos pais delas como elas são encantadoras, e a ver com quem são parecidas(...), e como nunca se conhece o significado da palavra amor até se ter um filho, e como a nossa vida só está verdadeiramente cheia e completa quando experimentamos a alegria da maternidade. E depois vão pôr-se todos a olhar fixamente para mim a perguntar-me quando é que vou ter filhos."

Estas são apenas algumas passagens de 263 páginas absolutamente comoventes, contadas na primeira pessoa, que não resisti a partilhar convosco. É claro que todas nos identificamos com este singelo retrato, e todas nós passamos por situações como estas.

O problema da infertilidade, é que converte toda a nossa vida, e sem darmos conta passamos a ser comandados por uma questão que é somente uma ínfima parte da nossa existência. É como foi dito naquela entrevista do "expresso", um sonho que comanda as nossas vidas.

Ora, acho que está na hora de colocar um ponto final nesta situação! Quem tem de controlar as nossas vidas somos nós! Quero a partir de hoje deixar de andar com o calendário atrás, a controlar os dias e os mucos e a temperaturas! Quero sair e divertir-me e deixar de estar sempre a massacrar o meu marido com os temas "bébés" e "infertilidade"! Quero deixar de estar sempre a contar os dias que faltam para o aparecimento do período...

Acho que era realmente uma pessoa muito mais alegre e divertida antes deste problema... Acho que era menos amargurada e revoltada, tenho de reagir!

Já combinei com as minhas amigas, Sábado à noite vamos sair, e falar e beber uns copos, depois vamos dançar... "Sky is the limit".

Tenho pena de este Sábado não ter ido conhecer pessoalmente as minhas amigas, principalmente a Tiquinha e a Alexandra... Mas ocasiões não faltarão com certeza, e espero estar disponível para o próximo encontro.

Nos meus próximos "posts" deixarei mais um gostinho deste livro, se os vossos comentários forem favoráveis.

Beijos a todas

sexta-feira, março 17, 2006

Here by me...


I hope you’re doing fine out there without me
‘Cause I’m not doing so good without you
The things I thought you’d never know about me
Were the things I guess you always understood

So how could I have been so blind for all these years?
Guess I only see the truth through all this fear,
And living without you…

And everything I had in this world
And all that I’ll ever be
It could all fall down around me.
Just as long as I have you,
Right here by me.

I can’t take another day without you
‘Cause baby, I could never make it on my own
I’ve been waiting so long, just to hold you
And be back in your arms where I belong

Sorry I can’t always find the words to say
But everything I’ve ever know gets swept away
Inside of your love…

And everything I had in this world
And all that I’ll ever be
It could all fall down around me.
Just as long as I have you,
Right here by me.

As the days grow long I see
That time is standing still for me
When you’re not here

Sorry I can’t always find the words to say
Everything I’ve ever known gets swept away
Inside of your love

And everything I had in this world
And all that I’ll ever be
It could all fall down around me.
Just as long as I have you,
Right here by me.

And everything I had in this world
And all that I’ll ever be
It could all fall down around me.
Just as long as I have you,
Right here by me.

quarta-feira, março 15, 2006

Renascer...

Pois é... Cá estou eu renovada, e pronta para outra!

Não tenho sido presença muito assídua neste meu blog (mea culpa), tão só porque o tempo não é muito mas também porque como ando com a cabeça a mil, não tenho tido grande inspiração.

Tenho quando posso acompanhado os desenvolvimentos nos blogs da minha lista, e tenho falado com algumas amigas no msn. Nunca deixo de vir cá! A blogosfera já faz parte da minha vida.

Estou muito satisfeita pela onda dos positivos que se vive, parabéns a todas!

Não queria deixar de comentar, a reportagem que passou na RTP, a qual teve como protagonista a minha querida amiga Musa.

A reportagem, no meu entender, ficou mito aquém das expectativas. Esperava-se uma reportagem bem elaborada, desenvolvida, que falasse com maior amplitude deste problema, suas implicações e formas de resolução, ilustrando com histórias reais contadas na primeira pessoa. Que apresentasse as soluções existentes e mais importante do que isso, que referisse os custos exorbitantes que os casais têm de suportar para fazerem os tratamentos de infertilidade, sem qualquer contribuição por parte do estado português, do qual somos todos contribuintes pagantes.

No entanto, a reportagem, minimalista, limitou-se a referir a existência de uma petição, tal e tal... e já está (pelo menos foi esta a idéia com que eu fiquei)!

Ora, o público em geral (pessoas que não vivem por dentro este problema, nem sabem da sua verdadeira amplitude), ficou a entender o mesmo... Ou se calhar até ficou com uma idéia errada, daí que alguns colegas da nossa amiga lhe tenham dito que ela agora era uma estrela da televisão.

Aquela imagem da outra amiga nossa, a pedir as assinaturas, para o ouvinte menos atento, deveria parecer algo como um peditório para uma qualquer causa... E portanto, se mais tarde esse ouvinte menos atento, for abordado por alguém para assinar a petição fugirá a sete pés julgando que o que pretendem é dinheiro.

Francamente, poderia ter sido melhor! Muito melhor!

Queria aqui deixar este parágrafo para a minha amiga Musa: Realmente é muito estranho falarmos com as pessoas virtuais e depois vermos como elas são na vida real! Adorei a tua participação, a dicção, a maneira objectiva como falaste! És a cara de todas nós! Quantos aos teus colegas já sabes o que penso...

Num dos meus próximos posts vou comentar sobre o "negócio da infertilidade", mas isso será para quando tiver mais um bocadinho.

Beijos para todas

Finalmente... Fez-se música!!!

Eu e uma amiga da blogosfera estamos neste momento a fazer um teste... Posso assegurar que foi dificil conseguir colocar esta musiquinha aqui no meu bloguinho!!!

Obrigada amiga!

sexta-feira, março 10, 2006

Tenho tudo... E não tenho nada...

Tenho andado um pouco esquiva a este cantinho nos últimos dias... Isto porque uma vez mais fui brindada com o meu inseparável amigo mensal (gosta tanto de mim, nunca me larga!!!). E como, já referi sobejamente num dos meus "posts" atrás, a "dor da esperança" atacou-me em força este mês e não tinha vontade de fazer nada, mesmo nada.
A verdade, é que esta é uma dor recorrente, e que se agudiza mais e mais. É como termos uma ferida aberta que não deixamos cicatrizar porque alguém se lembra de lhe estar a mexer constantemente. E quanto mais mexemos... Mais dói!
Em vésperas de mais um aniversário, é usual fazer uma retrospectiva anual e de vida. O ano passado, por esta altura foi quando decidi dar o primeiro passo... Fiz a minha primeira consulta de infertilidade.
Claro que como todas nós, quando lá fui ia com a idéia de ouvir do médico algo do tipo: "tem de fazer assim..." "ou assim", ou "vou-lhe receitar aqui uns comprimidos...", ou então que a simples ida ao médico resolvesse um problema que ainda hoje me custa a aceitar.
Não foi assim... Aliás, na primeira consulta, além das perguntas mais indiscretas que eles têm de fazer (coitados) e que a nós nos custa responder, pouco mais se adiantou, somente uma quantidade de exames para fazer com a promessa do breve retorno, para analisar esses exames.
Confesso-vos que o retorno não foi breve...(É dificil a assunção de um problema desta dimensão), nós ao contrário de muitos casais que tentam 3 meses e entram em pânico e vão logo a correr para o médico (existem muitos), fazemos parte daqueles que depois de alguns anos a tentar ainda acham que vão conseguir...
Entretanto, fomos sobrepondo coisas e mais coisas, o trabalho, o trabalho, o trabalho... Só lá voltamos em Setembro novamente com os ditos exames, e a partir daí já sabem: A cirurgia, o diagnóstico, a espera, as tentativas, o ttt agendado (porque aos 35 não se pode tentar para sempre).
Ao analisar a minha vida nos últimos anos, vejo que alcançamos as metas a que nos propusemos, já fizemos aos 35 o que uma grande parte das pessoas não faz numa vida inteira. Temos uma vida boa! Temos uma relação boa! Temos uma família boa! Temos amigos bons!
Temos tantas tantas coisas boas na nossa vida... E não temos nada sem o nosso filho...
Beijinhos a todas e bom fim de semana

terça-feira, março 07, 2006

Distância



Para quando a realização de um sonho?

quinta-feira, março 02, 2006

As crianças

















Isto é o castigo que um pai se prepara para dar a seu filho...

















Ele cometeu um crime gravissímo....

















Tinha fome...
















Roubou um pão!

Recebi este email há dias... Fiquei chocada! Que personalidades se poderão formar destes castigos??

Beijos a todas!