segunda-feira, janeiro 29, 2007

Finalmente grávida



No dia 2 de Outubro, fui fazer a ecografia das 12 semanas. Após uma seca descomunal (isto do funcionamento dos hospitais públicos deixa muito a desejar), lá entrei. Numa fase inicial, a médica, que era amarga como rabo de gato, nem tugiu nem mugiu, quanto mais mostrar-me o que se estava a passar ou fazer qualquer tipo de descrição. Chegou uma altura que eu já duvidava da existência das criancinhas.

Mas, no fim lá me deu uns minutos de tempo de antena e me mostrou o que tinha estado tanto tempo a ver. Aqui, nesta altura, já vi filhos... Aqui já vi seres humanos com as perninhas e os bracinhos e os dedinhos... Tudo lá, tudo formadinho ainda que em micro ponto. Existe neste blog uma foto dos pipizes dessa altura e um relato mais ou menos pormenorizado, pelo que não me vou alongar.

Foi aqui, que na verdade vi seres humanos e que a minha gravidez me começou a parecer mais real, se bem que como ainda não os sentia, parecia que estava a ver imagens de outra pessoa, apesar do ecógrafo estar a deslizar bem em cima da minha barriga.

Nesta fase também, comecei a usar roupa de grávida, os soutiens, as calças, etc. Apesar das minhas calças já há muito não me servirem (não as conseguia fechar). Mas antes desta altura, achava eu que podia dar azar e não usei nadinha. Depois comecei a usar, aquelas peças básicas que me faziam falta (as calças e os soutiens), porque quanto às camisolas e acessórios comprei iguais aos outros só um pouco maiores e ainda é o que uso.

Como sempre ouvi dizer que os enjoos passavam às 12 semanas, fiquei toda contente à espera que do dia para a noite eles desaparecessem, mas nada... Continuava naquela vidinha de vomitório maravilhosa. Só por volta das 15/16 semanas eles começaram a dar tréguas, por isso amigas enjoadas... Aguentem-se que ainda falta um bocado (mas isso não é o pior, o pior é que eles voltaram a partir das 27/28 semanas... Pois é!!).

Ás 15 semanas foi altura de amniocentese, não porque existisse algum risco dobrado. A ecografia das 12 semanas mostrava parâmetros absolutamente normais, o risco era bastante baixo, fiz o rastreio bioqimico integrado e tudo. Mas como tenho já 35 anos, e o rastreio bioquimico para gravidez gemelar não é muito conclusivo, achei que era só mais uma provação e decidi fazer a amniocentese.

Digo desde já que o conceito que se espalha da amniocentese como "bicho papão", é um bocado isso mesmo... um conceito. Não digo que não ia nervosa. Claro que ia nervosa, não tanto por mim, mas com medo por eles (os pipizes). Quem me calhou na rifa, foi aquela médica azeda como rabo de gato de que vos falei acima (ao que tudo indica muito mais competente do que simpática). E quando vi aqueles instrumentos de tortura (as agulhas gigantes e as seringas gigantes), fiquei assim um bocado apreensiva. Não se esqueçam que na amniocentese gemelar tem de se picar 2 vezes, porque cada bebés está separado do outro.

As picadas a bem da verdade não me doeram muito, so tive de me contorcer um bocado para ver a seringas do liquido para verificar que saiam amarelinho, que não tinham sangue. A minha principal preocupação era que me picassem os pequenitos. De resto, o procedimento não custa nada, para quem passou por FIVs ICSIs e outros ttts do género, por isso amigas já está tudo vacinado.

Entretanto surgiram aqueles acontecimentos que nos entristecerem a muitas de nós e que enlutaram a blogosfera. As perdas das 2 amigas que esperavam como eu os seus gémeos: A Susana e a Claúdia.

Confesso que essa fase simbolizou uma viragem para mim. Se por um lado já não tinha enjoos, tinha feito a amniocentese e tinha corrido bem, aqueles dois acontecimentos tão seguidos e com historial tão semelhante fez com que andasse todo o tempo que decorreu desde aquela data completamente em pânico.

Entretanto estavamos nas 18 semanas.

Beijos a todas

quinta-feira, janeiro 25, 2007

A dupla confirmação

No dia da ecografia, ou melhor dizendo na véspera do dia marcado para fazer a ecografia, lá fomos nós ao hospital. Fomos na véspera porque o meu médico não estaria lá no dia marcado e tanto ele como eu queriamos que fosse ele a fazer aquela eco. Foi ele quem esteve presente desde o primeiro momento e só falhou uma etapa do tratamento (a transferência), continua connosco, e espero que seja ele a pôr-me os meus bebés no colo.

Quando cheguei ao hospital, para fazer a ecografia, o meu estado de espírito era um misto de sentimentos que não consigo adjectivar. Se por um lado tudo indicava que a gravidez estivesse lá, por outro lado tinha medo desses sintomas serem tão somente psicológicos e afinal tudo não passar de um grande equívoco.

O médico veio buscar-nos à porta, e a primeira coisa que me disse foi:

- A M. está mesmo com cara de grávida!

Lá fomos nós rumo à célebre "sala 5", e enquanto me despia nem sabia o que pensar. Não porque estivesse acanhada por uma vez mais ter de tirar as cuequitas e ir para a denominada "posição de ataque", porque essa posição já não me incomoda nada de tão habituada que estou.
Era o que iria ver a seguir que me incomodava.

Não o facto de ser um ou dois bebés, até porque devo dizer-vos que o coração de mãe nunca se engana, e eu sempre disse, que seriam os dois, isto apesar de o médico me ter dito que pelo valor da análise podia ser só um. Eu sempre disse: - Eu coloquei lá dois e até prova em contrário estão lá dois.

E lá estavam... Os dois.... Saquinhos pequeninos com uma luzinha a piscar. Parecia inacreditável naquela altura que "aquilo" seriam os meus futuros filhos, e pior... Que aquelas coisas tão pequeninas andavam a fazer-me sentir tão mal.

Depois das queixas (minhas claro), depois da alegria colectiva e da apreensão médica relativamente à gravidez gemelar e todos os seus riscos (que eu na altura considerei como muito pouco importantes). Marcamos uma nova ecografia para dali a 2 semanas para podermos ver a evolução dos pequenos embriões.

Não fui daquelas que chorou baba e ranho na primeira eco, e que lá viu mundos e fundos. O que vi foram apenas dois saquinhos com uma luzinha a piscar, e que em nada se pareciam com os pequenos seres em que viriam a transformar-se, a verdade é que foi muito difícil para mim vislumbrar dois bebés naqueles pequenos sacos.

As duas semanas que se seguiram foram de intensificação de sintomas, aquilo que de ínicio eram ténues marcas da indisposição e de nausea transformou-se em verdadeiras odisseias de má disposição nauseas e mal estar generalizado.

Se vos disser que até enjoei a minha casa de praia, se calhar acham exagero da minha parte, mas juro-vos que depois de vir de férias só lá voltei passados 2 meses e desde essa época só lá fui passar um fim de semana.

Acordava logo de manhã muito mal disposta, levantava-me sempre à mesma hora por causa da medicação: O Zumenon e o Utrogestan. Tinha de comer qualquer coisa, e tudo me sabia mal. Certos alimentos pura e simplesmente não conseguia sequer sentir-lhes o cheiro, quanto mais olhar para eles. Andava tão cansada e com um mal estar generalizado tão grande que não me apetecia nem sequer falar.

Quando fomos fazer a eco das 8 semanas, só me queixei. Eu que andei tantos anos para ter um filho no ventre e agora tinha a benção de ter dois. Isn't it ironic?

Nessa consulta já vim medicada com o "santo" Nausefe, que eu ingenuamente achei iria ser a chave para a resolução de tudo, mas não... Nem com Nausefe a coisa melhorava. Depois dos enjoos comecei a vomitar... De manhã, ao meio da noite... Enfim quando me apetecia, principalmente quando tinha o estomâgo vazio.

Apesar de já ter começado a trabalhar, sentia-me miseravelmente mal e confesso que muitas vezes pensei que se soubesse que era tão mau se calhar não tinha tentado, pensava alguém me podia ter avisado disto...

Claro que isto eram pensamentos "in extremis", claro que a maior parte do tempo não perdia de vista o sonho em realização, mas não posso ocultar esses pensamentos nem fingir que nunca os tive. Este foi um dos motivos pelos quais na maior parte das vezes não partilhei convosco esta minha aventura no mundo da criação humana. Sentia que de alguma forma, vocês achariam que eu era uma palerma ingrata e que vocês, as que ainda não conseguiram a realização do sonho, até dariam muita coisa para estarem no meu lugar e eis que eu só me queixava.

No seguimento desta sintomatologia, comecei a perder peso, e decidi que estava na hora de ir a uma nutricionista para ver de que forma poderia ajudar-me a comer saudavelmente dentro daqueles parcos alimentos que eu conseguia ingerir. Tinha de fazer algo, porque os Nausefes não ajudavam e eu não aguentava mais.

Digo-vos que foi das melhores coisas que fiz. Com a dieta prescrita, seguindo os horários prescritos, e com a ajuda dos Nausefes lá consegui melhorar a minha qualidade de vida, e nos dias em que até andava melhorzinha dava-me ao luxo de ficar preocupada a pensar que algo estava mal com os meus pequenos embriões, andava sempre de um sentimento ao outro, se enjoava é porque enjoava, se não enjoava é porque não enjoava e os bebés não estavam bem.

As calças continuavam abertas para não apertarem a barriga, e o sindrome do WC sempre presente.

Aos empurrões e com algum esforço lá chegou a data da ecografia das 12 semanas.

Beijos a todas

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Do sonho à realidade

Quando recebi o telefonema a dar-me a boa notícia do positivo, fiquei como é evidente eufórica. Lembro que estava com uma grande amiga, e que quando o telefone tocou não me apetecia atender, pelo que lhe disse:

- Atende tu... Não tenho coragem!

Ela responde:
- Eu também não, não consigo...

Resignada à minha sorte, lá atendi o telefone, e ouvi a voz da enfermeira Susana do outro lado a dizer-me que tinham o resultado e que era positivo. Ainda perguntei o valor, o qual não fixei com certeza e ainda a ouvi dizer:

-É um positivo bastante positivo.

Depois disso foi uma alegria, a minha amiga que estava prestes a desfalecer, abraçou-se a mim e fizemos a festa ali mesmo em pleno horário laboral, no meio de uma loja.

Seguiram-se os telefonemas obrigatórios e a respectiva euforia. Confesso que não foram muitos os telefonemas porque somente um punhado de gente sabia deste tratamento. Como todas sabemos estes assuntos são polémicos pela carga emocional que transportam consigo, e o facto de termos uma imensidão de gente a perguntar-nos a toda a hora se já sabemos, se deu resultado, etc... Não ajuda muito.

Depois disso foi o regressar à realidade, o assentar os pés no chão, e a sensação que tive naquele mesmo dia foi a sensação de "day after". Sabem, aquele dia a seguir a uma grande festa, bem regada, em que acordamos e nos sentimos todos partidos como se um autocarro de 2 andares tivesse passado por cima de nós? Pois é assim mesmo.

Eu só pensava e agora? Como vai ser agora? Que faço? Tinha tantas dúvidas na minha cabeça, que ela parecia querer sair dos meus ombros e ir embora.

Acho que o sentimento é normal, esta é a fase em que passamos do sonho à realidade, se bem que a realidade ainda não esteja ali nem se faça sentir. Porque durante a fase anterior (a fase do sonho), a única coisa em que pensamos é no positivo. Eu pelo menos era assim, o meu horizonte levava-me até ao positivo e/ou negativo, não vislumbrava mais além.

Eis que me deparo com um horizonte demasiado longinquo para poder abarcar com o meu olhar, e só o simples facto de começar a trilhar um caminho desconhecido e pouco iluminado estava a deixar-me inquieta.

Por isso, após a euforia inicial fiquei estática e não queria partilhar com ninguém a notícia nem autorizei a que quem sabia a divulgasse.

No dia a seguir, dia 5 de Agosto, fui de férias, a altura era perfeita pensei eu. - Agora vou tirar uns diazinhos de descanso e poder disfrutar desta situação em todo o seu esplendor.

Fomos para a praia.

Levamos as malinhas, e lá fomos nós.

Engraçado como nós engravidamos logo psicologicamente, mesmo antes dos sintomas fisicos se fazerem sentir. Por aquela altura tinha 4 semanas de gravidez e já achava que a barriga me estava a crescer. É bem verdade que depois dos tratamentos ficamos sempre mais inchadas, mas daí a com 4 semanas já termos medo de apertar os botões da bela calça porque achamos que vai massacrar os babies... É um exagero! Então passei o mês de Agosto com roupas largas e botões desapertados.

Outro sintoma de gravidez aguda é o síndrome do WC, ou seja, vamos muitas vezes lá, ainda que não tenhamos vontade só para espreitar a cuequinha e o papel higiénico e para vermos se não há sinal do dito cujo que sempre nos assombrou (desengane-se quem pensa que este síndrome passa... Não passsa! Pelo menos a mim não passou até hoje).

De repente, sentimos que se passa tudo e que não se passa nada. Ou seja, estamos grávidas, mas não temos barriga, não sentimos nada de diferente connosco e não fazemos idéia daquilo que se passa dentro do nosso organismo.

De repente estou na praia... Apetece-me deitar de barriga para baixo e dormir uma soneca (posição preferida num belo dia de praia), de repente penso: -Mas será que se me deitar de barriga para baixo não vou esmagar os meus babies??? - na dúvida não me viro, passo o mês inteiro deitada de frente ou de lado, nunca de barriga para baixo.

Depois tinha o maravilhoso Utrogestan, 3 vezes por dia. Pensamento nos dias de calor: -Será que posso dar um mergulho?? Uma nadadela?? Mas se vou para a água esta porcaria sai toda e depois não faz efeito...- Conclusão, 3 semanas sem um mísero banho de mar, só molhar os pézitos.

Depois a prostração começa a apoderar-se de nós, os nossos "simpáticos parasitas" começam a precisar da nossa energia, e nós vamos aos poucos sucumbindo e as tardes passadas na sorna à sombrinha no terraço sabem tão bem.

Por volta da 6ª semana começam os sintomas: Os cheiros, o cansaço, os enjoos, as alterações no peito, e outras pequenas nuances que vão aparecendo e nos fazem pensar que apesar de ainda não termos nada visível, há ali alguma coisa que não está bem. Acho que deve ser por volta desta altura que as mulheres que engravidam naturalmente se apercebem que estão grávidas. Há ali qualquer coisa diferente que não sabemos explicar (é claro que temos aquelas super grávidas que nunca sentiram enjoos, etc, etc).

Também é nesta fase que aparece o reflexo de andar agarrada à barriga, acho que é o instinto de protecção materno que se apodera de nós. Desde a mais tenra idade achamos que os podemos proteger de tudo e andamos sempre com uma mãozinha na barriga.

Duas semans depois do positivo, eis que surge a ecografia de confirmação (pelo menos no hospital onde fiz o tratamento é assim), e são vários os sentimentos que nos assolam na véspera desse exame tão importante, porque nunca sabemos o que vamos encontrar.

Beijos a todas

terça-feira, janeiro 23, 2007

Relatos de uma grávida


Queridas amigas, hoje sim, já tive água quentinha para tomar banho (e que bem que me soube). De manhã fui fazer as maravilhosas análises da glicémia (e não só), e só vos digo espero honestamente que esteja tudo bem porque beber aquela droga é muito mau.

Hoje também quero iniciar aqui, uma série de relatos acerca da minha gravidez, pelo que irei recuar um pouco no tempo. Estes relatos servirão, não só para mim no futuro, para recordar episódios que de outra forma poderiam ficar perdidos no tempo, e para as minhas amiguinhas treinantes para que fiquem a saber (de alguma forma) com aquilo que podem contar.

Nesta fase estão vocês a pensar, mas porquê agora, e não antes. A resposta a essa vossa questão é simples. É agora porque a sorna ajuda a ter um bocadinho mais de tempo disponível para me dedicar a estas questões bloguisticas, e também porque de alguma forma (e sem certezas nenhumas) se começa a vislumbrar uma luz no fundo do túnel, e a possibilidade de vir a conhecer os viajantes que me acompanham desde 26 de Julho se torna cada vez mais possível.

A imagem com que ilustro este post é representativa da forma como tudo começou, é verdade que eu não fui das mulheres que conseguiu conceber um filho da forma mais divertida, na privacidade com o meu marido, foi tudo feito com a menor privacidade possível, e essa é uma verdade que nunca poderei nem quererei esquecer. Se vou ou não falar acerca disso com os meus filhos, algum dia, isso ainda não decidi.

Depois da odisseia da cabeça na marquesa, todas sabem que tive o meu positivo no dia 4 de Agosto de 2006, o relato que farei nos próximos episódios será a partir dessa mesma data.

Beijos a todas

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Peripécias de uma mulher grávida

Hoje de manhã acordo para o belo banho reconfortante com o qual costumo iniciar o meu diazinho de sorna (depois do pequeno almoço claro), o A. já tinha saído, e eu toda contente, casa de banho quentinha, roupinha lavada, os cremes para "barrar" o corpo prontinhos, aguinha a correr quentinha... Enfim, tudo a que uma pobre grávida tem direito.

Entro, passo a aguinha, ensaboo-me e ... Eis que a água começa a sair morna, mais morna... Fria, Friissima, eu ensaboada e barriguda dentra da banheira fecho a água... Volto a abrir, encosto-me a um canto para não sentir a água fria, verifico que a água continua a correr FRIA, GELADA.

- E agora?? - "Think fast! Think fast!"" - Tenho de ir ver o que se passa com a caldeira, mas estou ensaboada, lá fora está muito frio...

Saio da banheira embrulho-me na toalha e vou a praguejar à caldeira. Está desligada, uma luz vermelha a piscar, profiro aquelas palavras feias, volto a ligar a caldeira... Nada! Estou gelada!

Coloco uma panela com água no fogão, vou novamente para a casa de banho (pelo menos lá está mais quente), aguardo um bocado, vou buscar a panela e com uma toalha começo a operação de retirar o gel de banho que a essa hora já estava sequinho no corpo, profiro mais uns saborosos palavrões e alguns adjectivos pouco simpáticos dirigidos à mãe do homem que ainda no fim do ano esteve a fazer a revisão da caldeira. Lá consegui lavar-me à gato.

Já vestida e cheia de comichões (é o que dá tomar banho à gato), fui novamente à caldeira, e não é que ela já disparava? Acham isto normal?! (mais alguns adjectivos pouco simpáticos), e a água jorrava quentinha. Pego no telefone e ligo para a empresa que dá manutenção à dita...

Passado 1 hora estava o técnico à porta. A estúpida continuava como se nada fosse(a caldeira claro), o homem olhava para mim a pensar com os botões dele - A gravidez desta subiu-lhe à cabeça... - depois de muito insistir que não estava louca (apesar de fechada em casa), o homem lá conseguiu descobrir que havia um mau contacto e espero eu repará-lo.

Espero honestamente que sim, porque não deve haver nada pior do que não termos água quente para o banho no Inverno, e ainda por cima assim barriguda que nem sequer posso andar a esvoaçar-me pela casa fora correndo o risco de cair. Este foi mais um dia da aventuras de uma grávida sornante, amanhã vou tirar análises e fazer aquela maravilhosa da glicémia (mais uma aventura).

Beijos a todas

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Mais uma visita

Ontem tive mais um pouco de Pipizes. É claro que nesta fase eles já estão grandinhos e começa a ficar dificil de visualizar o que quer que seja nas ecografias, aquilo é uma misturas de pernas, braços, cabeças, etc. Só conseguimos vê-los aos bocadinhos.

Francamente não sei como os médicos conseguem distinguir o que quer que seja naquele emaranhado, porque eu realmente não consigo.

Ora, os amigos pipizes não param quietos e se na anterior eco estavam já em posição cefálica, ontem já estavam atravessados na barriga da mamã. A M. segue o irmão para onde quer que ele vá e continuam cabeça com cabeça, sempre encostadinhos (que remédio).

E estão gordinhos, então, ás 27 semanas e 6 dias: O L. pesava 1328 grs, a M. pesava 1283 grs. São definitivamente uns comilões estes pipizes. Segundo o médico estão no percentil 75.

Aqui seguimos quietinhos, espero eu por mais uma quantidade de semanas.

Beijos a todas

sábado, janeiro 13, 2007

Efeméride



Faz hoje exactamente 1 ano, era uma sexta-feira 13, que abrimos o processo no Hospital Público onde fiz o tratamento.

Tudo o que se passou até aqui parece tanto e tão pouco ao olhar para trás. Se por um lado há 1 ano atrás não acreditava que iria necessitar de fazer qualquer tipo de tratamento, por outro a possibilidade de uma gravidez parecia pertencer a uma outra pessoa.

Hoje, passado 1 ano, somos 3 aqui sentados a escrever este post, embora 2 de nós ainda não estejam efectivamente presentes, intrinsecamente no entanto, não deixam de se fazer lembrar e notar.

E eu que até nem gostava de sextas-feiras 13!

Beijos a todas e bom fim de semana.

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Portugal dos pequeninos


Num país onde nos acostumamos a viver paredes meias com situações absurdas de: "rendimentos de inserção social", jogadores de futebol que por mês ganham mais do que muitas pessoas a vida toda e apesar disso ainda estão isentos de tributação em 40%, "apitos dourados" e Carolinas Salgado. Vamo-nos habituado a conviver pacificamente com certo tipo de situações absurdas e pior, achamos já tudo isto muito normal.

Uma das coisas que me tira do sério, é o funcionamento de certas repartições públicas, não sei se sentem o mesmo. O denominador comum é o bando de funcionários públicos que existem nesses sítios, alguns dos quais com (desculpem-me dizer isto) muito mau ar, que falam uns com os outros , passeiam alguns papéis, ou então olham atentamente para o monitor do Pc à sua frente como se de algo inóspito se tratasse (se repararem, os teclados quase nunca são utilizados, e quando o são é como se fosse algum objecto alienigena). Enquanto isso, assistimos a uma aglomerar pacífico de pessoas, nos balcões de atendimento, que aguardam que algum funcionário se digne vir, de semblante carregado, atender.

No top dessas instituições temos: Os centros de saúde, os centros regionais de segurança social, as repartições de finanças, e muitos outros como nós todas sabemos.

Pior, acontece que as informações prestadas por esses organismos são díspares, ou seja o mesmo assunto poderá ter diversas abordagens mediante o funcionário que nos atende, o que é certo é que são raras as vezes em que depois de um pedido de informação para a formalização de uma qualquer burocracia, e depois de virmos para casa/escritório organizarmos inacreditável parafrenália de papel que geralmente nos é exigida para a realização do acto mais simples que possa existir, chegados novamente ao local do crime, o funcionário que nos atende, que já é diferente anterior, nos diz que falta mais isto ou aquilo, e aquela sensação de "dever cumprido vou-me ver livre destes gajos por mais uns tempos" que levavamos juntamente com a papelada desaparece enquanto nos invade um misto de sensações.

Ora, é nesta hora que rapidamente o nosso cérebro começa a debitar informação e é neste lapso de tempo que temos de tomar uma decisão que pode ser de 2 tipos:

A primeira, vimos embora com a nossa derrota e preparamo-os para mais uma maratona de papel por pelo menos 3 ou 4 vezes (dependendo do numero de funcionários que nos atende e do seu estado de espírito);

A segunda, partimos para a ignorância, puxamos pelos galões e fazemos uma velha e boa peixeirada, e aí vemos os tipos correrem de um lado para o outro para céleremente resolverem o nosso problema, não vá os outros tipos da fila também começarem a arrebitar cachimbo e começar tudo a descambar.

Eu cá sou adepta da segunda, é evidente que não sou mal educada, mas gosto de competência no trabalho e sobretudo de ser bem atendida. Se isso não acontece, apelo logo aos superiores hierárquicos e ao "afamado" livro de reclamações: Nunca falha!

Ora, mas isto não acontece em todos os sítios, em todas as repartições, portanto queridas amigas não se deixem levar. Existem instituições onde pura e simplesmente não se deve reclamar (muito). É o caso das repartições de finanças, não vá os tipos ficarem com o nosso nº de contribuinte debaixo de olho para depois nos mandarem uma fiscalização.

Isto para vos contar uma situação caricata que me aconteceu. Como sabem estou em casa com aquilo que é a denominada "gravidez de risco", muito sucintamente, para quem não sabe, a gravidez de risco, dá direito ao pagamento de 100% do nosso salário ilíquido, mediante a apresentação de um formulário próprio.

Este processo que poderia ser simples, de per si é muito complexo, ou seja: Nós temos de ter a baixa, depois temos de arranjar os impressos da gravidez de risco, preencher, levar à entidade empregadora para preencher e carimbar, pedir um documento comprovativo do NIB ao banco, juntar declaração médica e entregar num centro regional de segurança social (ufa... já estou cansada). É claro que entretanto, as crianças que estão em risco, podem já ter nascido.

Depois de tudo isto, pensamos: Ah que fixe agora não tenho de me preocupar mais!

Mas não!!! Pura ilusão! Depois disto tudo, temos de entregar um requerimento para cada período de baixa, até porque aquilo que era de risco pode deixar de ser (não sei bem como, mas enfim...). E temos de voltar à entidade patronal, e temos de anexar a declaração do médico e temos de entregar novamente na segurança social, ou seja se estivermos de baixa 7 meses temos de entregar 7 requerimentos...

Ora eu, depois de ter cumprido todas as formalidades já por 2 vezes, sentei-me pacientemente em casinha à espera do dito pagamento. Até que ontem me chegou uma cartinha datada de 28/12, a dizer que tinha de ir ao médico de família para pedir uma declaração de gravidez de risco. E eu, uma vez mais coloquei a minha gravidez em risco devido à fúria da mãe dos meus filhos.

Então isto é tudo maluco ou o que se passa?

Eu tenho baixa passada por instituição hospitalar, por um hospital maternidade, tenho uma declaração de um médico especialista em ginecologia e obstetrícia, e o meu médico de família nem sequer sabe que eu estou grávida quanto mais com gravidez de risco, eu estou de repouso em casa e agora tenho de ir ao centro de saúde??

Bem, depois de ter digerido isto durante a noite, hoje de manhã liguei para o serviço de expedição da dita carta e afivelei a minha voz mais doce a que uso quando estou prontinha para fazer alguma). Depois de ter me passarem de departamento em departamento (outra das coisas que me irrita de verdade), lá encontraram a alma que estava com o processo, à qual expliquei de forma incisiva e clara tudo isto. Depois de alguns desenhos, lá consegui q a Srª percebesse e acedesse a aceitar uma declaração do hospital para eu não ter de ir ao médico de família. Mais ainda me disse para lhe enviar directamente para ela sem precisar de ir entregar à segurança social, e ainda que se tivesse a declaração lá até dia 18 ainda me metia no processamento desse dia.

Bem, isto tudo porque,a declaração apesar do ser do médico do hospital, ia passada numa folha timbrada com o nome dele e não do hospital, acham isto normal?

Se alguém tiver paciência para ler este post até ao fim parabéns,merece um prémio.

Beijos a todas

sábado, janeiro 06, 2007

Primeiro post adiado

Este não é o primeiro post de 2007, mas podia ser (a Nina antecipou-se!). No dia 4 foi dia de ver os Pipizes, pela primeira vez ao vivo e a cores. Cada dia/semana que passa eles se tornam mais presentes e nós vamos tendo a consciência que realmente corremos o sério risco de virmos a ser pais de 2 crianças lindas (porque são nossas claro). Não é que eles não estejam presentes desde o primeiro dia... É que com o avançar do tempo, eles vão ficando mais fortes e o dia em que poderemos de facto tê-los connosco, começa a vislumbrar-se como uma realidade, sem grandes euforias, sempre tendo em conta que cada passo deste caminho é sempre de incerteza relativamente ao dia seguinte.

Esta é a minha Pipizia, a M., tinha ás 25 semanas e 6 dias 921 grs. Não descolava do irmão nem por nada, por isso não se vê a carinha toda, o tecido anexo é o corpinho do "mano" que é tão quentinhoooo.




Este é o meu Pipizio, o L., tinha com 25 semanas e 6 dias 1023 grs, e é a coisa mais linda... Digam lá!

Já viram que ele é mais gordinho do que ela, e que ela é uma gata borralheira que gosta de estar encostadinha ao irmão a dormir. Enquanto ele come... Ela dorme.

Quanto à mãe tem de reforçar o repouso, porque as contracções teimam em não ir embora, e o cumprimento do colo do útero teima em diminuir. Assim, é reforço da medicação, reforço do repouso e aguardar para ver se estes Pipizes ficam lá dentro mais umas semanas valentes.

Espero que gostem, bom fim de semana.

Beijos a todas

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Boa sorte Nina e Diogo!


Que corra tudo bem na chegada de mais um bebé de ouro!