terça-feira, fevereiro 13, 2007

Ainda o aborto

Isto de estar prestes a ser mãe, mexe-nos um bocado com o miolo, e aquilo que eu até agora tinha como "favas contadas", e que do alto do meu pedestal de moralizadora apregoava como verdades absolutas, de repente parecem não ser tão absolutas assim.

Digo isto, a propósito do tema recorrente, tão em voga nos últimos tempos: O aborto.

Se é verdade que eu nunca fiz nenhum, e antes pelo contrário tive de passar um bocado mau, para ter estes dois pipizes na barriga, e outro ainda para os conseguir manter cá dentro e tentar levar esta gravidez a bom termo. Por outro lado, recordo o tempo em que nós cá por casa (e ainda enquanto solteiros), temíamos só de pensar que podia vir uma criança indesejada.

Enquanto assistia aos debates, às várias opiniões defendidas de forma mais ou menos aguerrida, ainda que por vezes os argumentos utilizados não fossem os mais sólidos e/ou correctos. Dei por mim a meditar... Esta não era uma questão de resposta linear, o que ficou mais do que demonstrado pela esmagadora vitória da abstenção.

Pus-me, cá por casa, a fazer um bocado de futurologia (não, não virei Maya) e pensei na minha filha... Pensei o que faria se ela daqui a 13/14 anos me aparecesse em casa a dizer-me que estava grávida: Um caso sem consequência, um rapaz que não quer saber, e ela... A minha menina, à espera de um bebé que não queria de maneira nenhuma, com o futuro que tinha sonhado para ela comprometido por um erro... Que apesar de ter sido feito a dois, ela é que carregava...

E pensei no que faria...

Iria fazer a minha filha abdicar de toda a sua vida futura para a responsabilizar por esse erro? Iria fazer nascer essa criança, ainda que indesejada, assumindo eu o seu encargo? Ou iria encaminhar a minha filha para uma interrupção segura dessa gravidez, e permitir-lhe que crescesse como mulher, construisse a sua vida, e então aí se assim o optasse, tivesse filhos desejados?

A mim parece-me que optaria pela última opção, apesar de todo o meu percurso de vida, porque acho que um filho é um privilégio e tem de ser muito desejado, e nunca pode ser um acidente de percurso.

Beijos a todas

13 comentários:

Angela disse...

E a tua filhota nunca mais se ia esquecer daquilo por que passou, porque mesmo em hospitais públicos as mulheres que vão abortar vão ser sempre vistas de lado, sempre, e não há referendo que mude isso.E o aborto vai ficar na ficha clínica dela, todos os médicos que a atenderem no público o resto da vida vão saber que ela abortou.Não são presas mas acho que vão continuar a ser discriminadas e por isso vão continuar a procurar clínicas onde se vai uma vez e nunca mais ninguém fala nisso.
Beijos

Lita disse...

Eu concordo com a tua opinião. Independentemente de o fazer num hospital público sujeitando-se à exposição pública e à falta do sigilo que infelizmente acontece, sobretudo nos hospitais mais pequenos!) ou numa clínica, mais que privada, concordo em poder recorrer ao aborto sem correr o risco de ter que enfrentar a barra dos tribunais!

Beijinhos grandes

Lita

Norita disse...

Eu julgo que só vivendo uma situação dessas saberia como agir.
Beijinhos grandes para ti e pipizes.

Xana disse...

decisões muito complicadas que espero nunca se ponham na nossa vida.... mas a verdade é que a questão existe, e não podemos pensar que só acontecem aos outros.
mas também acho que a opção tem que existir, e tb concordo contigo um filho tem que ser muito desejado e muito amado mesmo ainda antes de existir....
beijocas amiga
tica
onde andas????

*CC* # *Ruca* disse...

Olá,

Não podia estar mais de acordo contigo, eu penso exactamente o mesmo qdo se coloca a questão do aborto e faria o mesmo...

De certo que a menina nunca mais se iria esquecer.

beijocas
CC

Anónimo disse...

Olá

Sinceramente estou de acordo contigo, é o que sempre digo quando este assunto está em discussão. Primeiro que nunca devemos dizer nunca, só quem está a viver o momento é que pode tomar uma decisão, a mais certa para o momento em questão.
Como tu, não o faria HOJE, Á 10 ANOS ATRÁS OU MESMO Á 15 ANOS ATRÁS,dado como tem sido tão dificil engravidar, mas será que quando tinha 17 ou 18 anos,eu pensava da mesma maneira?
Certamente que não, muito complicado, os pais não apoiariam, enfim, todas aquelas dificuldades que tanto sabemos.
Beijos
Isa

Amor de Mãe disse...

Ate tens atua razao... mas aí, nesses anos, teras k lhe explicar cm as coisas acontecem e incentiva-la a tomar precauções para k essa gravidez nao aconteça... pk, sinceramente, axo k muitas gravidezes k culminam em abortos espontaneos, sao fruto da irresponsabilidade... Ok, k ainda ha muitos tabús e os pais ainda nao falam abertamente sobre o assunto sexo com os filhos, mas isso e algo k tem de partir de nos, pais... E depois, ha informaçao em todo o lado... nao é cm ha uns anos atras... na escola fala-se nisso, mesmo k nao hajam aulas de educação sexual. Em educação moral eu aprendi isso... e depois, podemos smp levar as nossas filhas a uma consulta de planeamento familiar...
Antes era impensavel k a vida sexual de uma criança começasse antes dos 15/16 anos, mas hj em dia, começa aos 12...
Temos k fazer de td para k tal nao aconteça... e nao so com as filhas, mas com os filhos tambem, para k eles nao engravidem alguma rapariga e nao keiram assumir a responsabilidade...
Enfim, esta é a minha opiniao... nao pude votar pk estou longe, mas votaria no nao... tenho as minhas crenças, os meus valores... mas respeito perfeitamente kem votou no sim!

Jinho grande

Sem Desistir disse...

Só numa situação dessas é que saberia como agir, no entanto, e esta é a minha opinião pessoal, só em último recurso é que tomaria o aborto por opção, ou seja, num exemplo como deste, não acho que o aborto fosse a solução, até porque isso só ia desresponsabilizar o acto inconsequente da filha. Desculpa, mas a minha opinião é contraditória.

Beijos

Anónimo disse...

desculpa, mas eu acho que tu não deverias fazer absolutamente nada, a tua filha sim. ela é que, apesar dos seus 13 ou 14 anos, deveria escolher aquilo que queria, tu apenas deverias aconselha-la, nada mais. ou obrigavas? ela seria menor, mas acho algo sério demais para se obrigar a fazer! podia ser um pesadelo para toda a sua vida, se fosse obrigada a abortar sem vontade... assim como não a deverias obrigar a ter a criança, muito menos a aborta-la. penso que isso cabe apenas á mulher, tenha ela 15 ou 35 anos.


Dina

Lebasiana disse...

miguinha... só vim mesmo aqui saber como andavas... ainda bem que está tudo na mesma!!!!
beijinhos, cheios de saudades!!!!

Unknown disse...

OI linda

Este assunto é sempre dificil de falar...talvez passadno por elas ..não sei.

Um grande beijo kida

yami

Lita disse...

Amiga

espero que tu e os Pipizes tenham um bom fds e um bom Carnaval, sem muitas folias!!!

Beijinhos grandes

Lita

Pintas disse...

Amiguinha super GRÁVIDA!!!
Não quero que falte nada ao Pipizies, por isso passa no blog que está lá a receita para adoçar o vosso Carnaval.
Bjs
PINTAS