Este post, é dedicado aos homens, maridos, companheiros, espectadores e afins. É um texto que obviamente não pretende ser regra, mas que acredito se aplicará em muitos (e muitos) casos, quer as respectivas consortes queiram admitir ou não.
O homem, espécie muito estranha, tem pretendido ao longo dos últimos 2 séculos (finais do XX e inicios do XXI), mostrar-se liberal, actual, esconder as suas raízes verdadeiras de homem de "cro-magnon". Alardeiam aos sete ventos que são homens modernos, que acham a igualdade das mulheres uma coisa fantástica e blá, blá, blá.
Ora, a verdade é que na hora H a coisa não é bem assim, em vários ramos da nossa vida quotidiana, por exemplo, homens a exercer as mesmas funções das mulheres em geral ganham mais, etc.
Na vida doméstica então, a discrepância é gritante. Porque a igualdade da mulher é muito bonito e tal, mas umas são mais iguais que outras...
Eles "ajudam", a pôr a louça na máquina;
Eles "ajudam", a mudar umas fraldas aos miúdos (os que ajudam claro);
Eles "ajudam" a dar banho aos miúdos mas esquecem-se que eles precisam de roupa e eles NÃO SABEM onde está a roupa;
Eles "ajudam" a dar o jantar aos miúdos, mas NÃO SABEM onde está o jantar, quanto tempo demora a aquecer, ou a que horas deve ser servido (isto já para não dizer que se forem eles a ter de fazer o jantar as crianças bem podem morrer à fome ou então comem da "telepizza");
Eles "ajudam" sentando-se à mesa a jantar a comidinha preparada por nós, depois de termos chegado de trabalhar dado banho aos miúdos, termos aquecido e servido e dado o jantar aos mesmos, enquanto com a nossa quinta mão disponível fazíamos o jantar para todos;
Eles "ajudam" a avolumar roupa suja na lavandaria porque NÃO SABEM colocá-la na máquina e pôr a dita a lavar, tirar a roupa e estendê-la então, é coisa para ETS;
Eles "ajudam", quando os miúdos estão doentes a dormirem profundamente enquanto nós temos de nos levantar há hora certa para darmos a medicação, verificar o febre ou simplesmente quando os miúdos choram;
Eles "ajudam" a dizerem-nos que têm horas a cumprir e portanto não podem chegar atrasados quando as coisas se complicam de manhã para sair de casa (nós não temos horários claro!);
Eles "ajudam" a queixar-se que não têm tempo para os seus momentos de lazer e que sem eles não aguentam a pressão do seu trabalho, da sua vida, etc (nós não temos pressão nenhuma, até somos desocupadas, e a entidade patronal paga-nos o ordenado pelos nossos olhos lindíssimos);
Eles "ajudam" a fazer tantas coisas que até me canso de as enumerar.
O mais engraçado, é que quando reclamamos da imensa ajuda prestada, eles mostram sempre quão afortunadas nós somos, porque até existem outros que nem uma fralda aos filhos mudam...
E portanto nós mulheres de sorte nem devemos sequer reclamar porque fomos abençoadas com uma sorte extraordinária por os termos encontrado no nosso caminho.
Existem mulheres que engolem a cantilena, e ficam a meditar acerca da verdadeira sorte grande que lhes saiu porque até têm um marido que as ajuda a fazer umas coisitas e vão fazendo as suas múltiplas tarefas, estouradas e resignadas. Outras há que reagem e isso depois acaba por gerar uma série de discussões intermináveis.
A verdade é que quando chega ao fim do mês, eles como homens modernos que são não se importam nada que o nosso rendimento "ajude" a economia familiar, afinal, estamos em pleno século XXI e eles são homens modernos.
Apercebemo-nos que pouca coisa mudou desde o tempo das nossas avós. O que mudou, foi que a nossa dita independência serviu para nos escravizar ainda mais. Porque hoje somos fonte geradora de riqueza, trabalhamos ombro a ombro com os homens, ganhamos tanto ou mais do que eles, mas na nossa vida quotidiana continuamos a fazer o que faziam as nossas avós e depois delas as nossas mães. Acredito que hajam homens que partilhem de igual maneira as tarefas domésticas, mas tenho a certeza que são mais os que se baldam a elas.
Beijos a todas
quinta-feira, dezembro 04, 2008
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16 comentários:
Olá,
Como te compreendo!!!! Às vezes nem sei como aguento. Eles ajudam é verdade, mas o trabalho pesado é sempre nosso.
Já não sei o que é sentar-me descansadinha a comer ou no sofá a ler um livro. Que saudades eu tenho......mas é passageiro, quando olho para os meus 2 filhos, tudo fica mais fácil.
Somos mães e isso é o fundamental.
Beijinhos e que tudo se vá compondo da melhor maneira.
Nem mais!
É por essas e por outras que, caso tenha a sorte de algum dia ter filhos e, especialmente do sexo masculino, pretendo ensinar-lhe(s) a fazer tudo. Até por uma questão de independência. Tem alguma lógica precisar de vestir um par de calças e esperar que a "mulher da casa" as passe? Ou não saber estrelar um ovo?
Acho que eles tendem a ver a coisa pelo lado da comodidade e não percebem o quão dependentes são do sexo feminino.
Beijocas ;)
Lá isso é verdade! São poucos os homens que ajudam verdadeiramente. E depois, há os que ajudam e só perturbam. Nesse caso mais vale tê-los no sofá!Lol
Que somos bem diferentes dessa espécie em extinção, lá isso somos! Ainda hoje, comentava com a minha cunhada a atitude de um homem, em frente ao colégio, que me fez, inevitavelmente, compará-lo com o pai do meu filho. Estava a chover...frio, mas em vez de vestir o casaco à criancinha, que devia ter a idade dos nossos filhotes, dentro do carro, vestiu-lho cá fora! Agora imagina que a criança ficou doente...não seria melhor ter estado quieto a ler o jornal no sofá? Há que ver o lado positivo das coisas, para não moer a paciência!:)
Toma lá um xi para 4
Bem... até posso um dia vir a arrepender-me do que vou dizer, mas nestes 8 anos e meio de casada tenho tido mais do que a ajuda do meu marido.
Talvez porque foi criado pelos avós e nunca ter vivido com os pais, ele aprendeu a fazer de tudo e quando o faz, faz bem feito. Até a passar a ferro ele se safa bem e não preciso de lhe pedir ajuda, porque normalmente ele toma a iniciativa.
Sei, comparando com os meus cunhados, com os meus amigos que tenho uma sorte fantástica.
Espero que um dia, se chegar a ter um filho que ele possa aprender com o pai o quanto é importante saber fazer, ser independente e não se limitar a "ajudar".
E só peço que ele seja sempre esta pessoa disponivel e que nunca se inspire num mau modelo masculino :-)
Beijinhos
Acho que tens toda a razão naquilo que dizes e que a igualdade entre homem e mulher é uma utopia na maioria dos assuntos. Mas também acho que essa desigualdade é muito fomentada pelas próprias mulheres que estimulam a atitude da ajuda e não a da partilha. Ao dizer que o meu marido me ajuda eu já estou a alimentar a ideia de que me cabe a mim fazer as tarefas e que quanto muito mereço ser ajudado. Eu sinceramente não me incluo nesse posicionamento. O meu marido não me ajuda, o meu marido partilha comigo as tarefas que a vida familiar existe. E se há tarefas que apenas eu faço, outras há que são exclusivas dele porque a partilha passa por isso mesmo. Acho que é uma questão educacional e de atitude.
beijocas que o texto já vai longo
Querida Amorinha, sempre sábia! É evidente que nós não podemos nem devemos agradecer a "ajuda" dos maridos, as tarefas devem ser compartilhadas assim como as despesas o são.
Eles ao fazerem o que quer que seja dentro de casa não deveriam considerar serem uns "tipos porreiros" porque até fazem isto e aquilo, deveriam sim fazer porque nós tmb fazemos.
Assino por baixo!
Mas também acho que a Amora tem razão!
Beijinho
Bom fim de semana
Este tema já tem sido motivo de algumas "conversas acesas" cá em casa.
O meu marido diz sempre que ajuda e de facto, toma sempre a iniciativa de tirar os pratos da mesa e de os pôr na máquina. Mas, que não cabe na máquina, espera na banca, até caber! Limpar o fogão, nem que esteja todo sujo e engordorado, para ele, não faz parte de arrumar a cozinha. A dita banca, depois da louça ser colocada na máquina, fica com o aspecto de que alguém vomitou para lá! Com este comportamento, não há paciência!!!
No início do casamento, perguntei-lhe se sabia passar a ferro e respondeu-me que sim mas, que a roupa costumava ficar colada ao ferro!!!
Tudo isto, eu tenho a certeza, que é para eu me cansar e desistir! Mas, nem que faça mal feito (o que é o habitual!), nunca caio nessa asneira!
Mas, que irrita, lá isso irrita!
Costumo dizer que não sou empregada doméstica de ninguém (sem ofensa às empregadas domésticas, claro!) mas, a verdade é que acabo por desempenhar muitas vezes esse papel!
Beijinhos grandes
Lita
lol!
tens toda a razão! :)
beijokas
Belo post amiga...bem retratado sim senhora...
Eu sou das poucas previligiadas, mas, o meu marido faz o almoço, é verdade, quando chego a casa para almoçar e se o turno dele for entrar de tarde, o meu almoço está na mesa, mas...bem!!! O fogão...o chão...os panos...o lava-loiça...a loiça amontoada que é só colocar na máquina...pois, esse trabalho fica para a Susana na unica hora que tem para almoçar e descansar...e depois ainda me diz que me faz o almoço...eheheh!!!
Mas lembro-me bem do meu pai que nem sabia fazer uma cama, estrelar um ovo ou aquecer uma sopa, e o mesmo do meu sogro. Um dia a minha sogra estava doente e pediu-lhe para fazer um chá, e ele perguntou-lhe: - Na água deito sal e que mais? Ainda hoje nos rimos com esta frase...
O pior é que os adoramos, mesmos que eles não ajudem em nada.
Bjs grandes
Susana
Pois...
Nem tenho mais nada a acrescentar, mas começo a cansar-me das discussões por este motivo. Por isso já há algumas tarefas que lá em casa ficam por FAZER... E ficam mesmo!!!
Só garanto o bem estar total das crianças, roupa é tratada de igual modo pelos dois, não passo a ferro (tenho engomadeira). Limpezas... é o que deixo por fazer (e ele faz por ver que eu não faço mesmo) e sinto-me mal porque as crianças apercebem-se que eu discuto com ele, fico triste por isto!
Beijos
ainda esta semana deu programa na atena 3 sobre o assunto, sabes que a maioria das mulheres chegou a conclusão a culpa é das mãe ensinam ser assim, depois eles habituam-se quando saem de casa coisa muda eles refilam.
depois eles queixam são sexo forte, mas não vivem sem nos mulheres!
bjkas
Cá em casa posso dizer que tudo é partilhado, mt mais desde que engravidei e que as M&Ms nasceram. Acho que o T. percebe o esforço monumental que é ter uma vida profissional exigente e ainda uma casa (e agora uma família) à minha espera. Posso-me considerar uma sortuda talvez por ser das poucas mulheres que sente que tudo na sua vida conjugal é partilhado.
Beijocas docinhas
Este texto está excelente!! Publiquei-o no meu blog, com a devida menção que o texto é teu, para ver se o meu marido o lê....
Beijos!
Espero que não te importes...
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