No dia 2 de Outubro, fui fazer a ecografia das 12 semanas. Após uma seca descomunal (isto do funcionamento dos hospitais públicos deixa muito a desejar), lá entrei. Numa fase inicial, a médica, que era amarga como rabo de gato, nem tugiu nem mugiu, quanto mais mostrar-me o que se estava a passar ou fazer qualquer tipo de descrição. Chegou uma altura que eu já duvidava da existência das criancinhas.
Mas, no fim lá me deu uns minutos de tempo de antena e me mostrou o que tinha estado tanto tempo a ver. Aqui, nesta altura, já vi filhos... Aqui já vi seres humanos com as perninhas e os bracinhos e os dedinhos... Tudo lá, tudo formadinho ainda que em micro ponto. Existe neste blog uma foto dos pipizes dessa altura e um relato mais ou menos pormenorizado, pelo que não me vou alongar.
Foi aqui, que na verdade vi seres humanos e que a minha gravidez me começou a parecer mais real, se bem que como ainda não os sentia, parecia que estava a ver imagens de outra pessoa, apesar do ecógrafo estar a deslizar bem em cima da minha barriga.
Nesta fase também, comecei a usar roupa de grávida, os soutiens, as calças, etc. Apesar das minhas calças já há muito não me servirem (não as conseguia fechar). Mas antes desta altura, achava eu que podia dar azar e não usei nadinha. Depois comecei a usar, aquelas peças básicas que me faziam falta (as calças e os soutiens), porque quanto às camisolas e acessórios comprei iguais aos outros só um pouco maiores e ainda é o que uso.
Como sempre ouvi dizer que os enjoos passavam às 12 semanas, fiquei toda contente à espera que do dia para a noite eles desaparecessem, mas nada... Continuava naquela vidinha de vomitório maravilhosa. Só por volta das 15/16 semanas eles começaram a dar tréguas, por isso amigas enjoadas... Aguentem-se que ainda falta um bocado (mas isso não é o pior, o pior é que eles voltaram a partir das 27/28 semanas... Pois é!!).
Ás 15 semanas foi altura de amniocentese, não porque existisse algum risco dobrado. A ecografia das 12 semanas mostrava parâmetros absolutamente normais, o risco era bastante baixo, fiz o rastreio bioqimico integrado e tudo. Mas como tenho já 35 anos, e o rastreio bioquimico para gravidez gemelar não é muito conclusivo, achei que era só mais uma provação e decidi fazer a amniocentese.
Digo desde já que o conceito que se espalha da amniocentese como "bicho papão", é um bocado isso mesmo... um conceito. Não digo que não ia nervosa. Claro que ia nervosa, não tanto por mim, mas com medo por eles (os pipizes). Quem me calhou na rifa, foi aquela médica azeda como rabo de gato de que vos falei acima (ao que tudo indica muito mais competente do que simpática). E quando vi aqueles instrumentos de tortura (as agulhas gigantes e as seringas gigantes), fiquei assim um bocado apreensiva. Não se esqueçam que na amniocentese gemelar tem de se picar 2 vezes, porque cada bebés está separado do outro.
As picadas a bem da verdade não me doeram muito, so tive de me contorcer um bocado para ver a seringas do liquido para verificar que saiam amarelinho, que não tinham sangue. A minha principal preocupação era que me picassem os pequenitos. De resto, o procedimento não custa nada, para quem passou por FIVs ICSIs e outros ttts do género, por isso amigas já está tudo vacinado.
Entretanto surgiram aqueles acontecimentos que nos entristecerem a muitas de nós e que enlutaram a blogosfera. As perdas das 2 amigas que esperavam como eu os seus gémeos: A Susana e a Claúdia.
Confesso que essa fase simbolizou uma viragem para mim. Se por um lado já não tinha enjoos, tinha feito a amniocentese e tinha corrido bem, aqueles dois acontecimentos tão seguidos e com historial tão semelhante fez com que andasse todo o tempo que decorreu desde aquela data completamente em pânico.
Entretanto estavamos nas 18 semanas.
Beijos a todas