O Inverno é sempre uma altura do ano pouco frutífera... O frio não deixa que a inspiração cresça, e vamos deixando ficar parados os nossos projectos literários e não só. Não se lê, não se escreve, não se tem vontade de fazer nada a não ser estar numa saudável letargia em algum sítio quente e confortável.
É certo que o meu tempo é cada vez menor. Tem o trabalho remunerado que ocupa grande parte do meu tempo, e depois tem aquele que não é remunerado que ocupa o resto. As poucas horas sobrantes, são para dormir ou pelo menos tentar.
A verdade, é que a minha qualidade de vida caíu em flecha após o nascimento dos meus filhotes. Se antes já tinha pouco tempo, agora é crítico, existem dias em que saio de casa sem sequer pentear o cabelo...
Estão numa fase terrorífica. Mexem em tudo, querem ver tudo, disputam tudo. E principalmente o passarinho louro, é um verdadeiro "acidente ambulante". Mexe nos bicos do fogão e já aprendeu a acendê-los, abre os armários e esvazia tudo o que lá tiver; Adora ouvir o barulhos dos tachos e panelas a bater no chão, entra para dentro dos armários; Sobe para cima das mesas sofás, cadeiras e afins (por vezes caí claro!);
A princesinha, mais reservada e cautelosa, também adora fazer das dela e adora ir para as gavetas da roupa do quarto deles e atirar em todas as direcções as roupas guardadas e passadas a ferro, e quando eu furiosa pergunto "M. que estás a fazer" ela responde candidamente "M. a trabalhai..."
Perco muitas vezes as estribeiras, fico verde, azul, rôxa... Quando tenho de arrumar coisas vezes sem conta, quando estou 10 minutos para mudar uma fralda, quando apanho os cacos de algo que se partiu.
Sinto-me mal... Arrependo-me, mas inevitavelmente volto a fazer o mesmo. Eles estão na fase de testar os limites, e levam a tarefa muito a sério. Ás vezes questiono, tudo: A maternidade, a minha capacidade para ser mãe, tudo, enfim...
Hoje fiquei com o carro preso na garagem. Eles adoram agarrar-se ao puxador da garagem, antes de eu lá chegar com a chave para abrir. Hoje o meu passarinho (enfant terrible), lá se agarrou uma vez mais cheio de força, quando cheguei lá e meti a chave, vi que o puxador estava solto e que devia ter partido... Não abria! Tive de chamar alguém para me vir rebentar a fechadura para poder tirar o carro e sair... Cheguei ao trabalho às 10h30 com os nervos em franja...
As relações conjugais também sofrem invariávelmente com a chegada dos pequenos rebentos. O cansaço de ambos leva-nos a discutir mais, as diferentes perspectivas sobre educação também. Ás vezes fico farta de me ouvir reclamar com ele e ele comigo... Esta tem sido mais uma prova de fogo no nosso casamento, vamos a ver se ele aguenta esta pressão.
Costumo dizer que a minha vida está em suspenso, que quero que eles cresçam mais um pouco e se tornem mais independentes para poder retomar o fio da minha vida, porque desde há 20 é por eles e para eles. Senão também não fazia sentido.
Beijos a todas
terça-feira, novembro 25, 2008
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13 comentários:
Percebo...como poderia deixar de não perceber ?
Quando passeava (desde que nasceu o JP que não damos um passeio os 2 sós), por vezes tinha a sensação que faltava algo. Agora olha para trás e ainda bem que aproveitei.
Cada coisa no seu tempo. Por ter aproveitado tanto , tenho menos saudades, por outro...
Que bom que era.
Há-de voltar a ser. Não já. Mas tem de ser.
A vida a 2 é óptima.
E a três também. Mas cada uma deve ter o seu espaço próprio.
Um beijinho e montanhas de paciência (que é o que todas nós precisamos).
Era eu, a grilinha, mas estava com o nick do tt solidário.
Um beijinho e desculpa a troca.
Olá minha querida.
Revejo-me em cada palavra que escreveste neste post.
Os dias às vezes deveriam ter 36 horas e mesmo assim não sei se chegava. Acredita que o tempo que eu tenho verdadeiramente para mim é quando venho de metro de manhã e ao final do dia, e mesmo assim, muitas das vezes venho a pensar o que tenho a fazer quando chegar ao trabalho e á noite quando chegar a casa.
E no meu caso é só uma e tenho um marido que divide a totalidade das tarefas comigo, pois eu só fico entregue a mim própria quando o trabalho o obriga a se ausentar.
Mas amiga, no final, é que os nossos rebentos estejam bem. De resto haveremos de superar tudo da melhor maneiraa.
Beijocas doces,
Carla
Desculpa, amiga, mas não pude deixar de dar uma valente gargalhada! Já viste bem a resposta da tua M?! Lol! Diz lá que não é espertalhona!
O meu Gui, como sabes, tb é un enfant terrible...e, como eu sofro!lol
2...huum! Deve ser terrivelmente...bom!:)
Xi coração aos 4*2
P.S: Uma relação de 20 anos, não termina de um dia para o outro!:) e, não tarda, terás os piquenos a pedir dinheiro para dar umas curvas à noite e poderás, enfim, ler e fazer as coisas que não fazes há uns tempos! Oops! Acho que não me saí lá muito bem com esta!:)
Então e as saudades de ir à segunda ao cinema porque era mais barato?
E ir jantar fora decidido assim as 8 e tal?
Realmente o casamento sofre um duro golpe ou caí ou fica mais forte.
Beijos grandes
P.S. Adorei a resposta da tua princesa !!!
Eu ainda não tenho filhos mas penso muitas vezes que não deve ser nada fácil gerir o tempo. Então com dois!...
Mas o dia em que eles se tornarão independentes vai chegar e mais cedo do que julgas! :P
Força!
Beijocas
Pois... se toda a gente que tem apenas um já se queixa da falta de tempo, eu imagino com dois...
Mas palpita-me que serão estas traquinices que um dia mais tarde se vão recordar.
Beijinhos, minha querida, e muita paciência!
:) E então eu não sei que são um perigo? Esqueceste que tenho um cá em casa...a diferença, enorme, é certo, é que é apenas um!:)
Hoje está doente. (Já cantava vitória por o ver saudável há quase 3 semanas). Já me fartei de limpar vómitos. A sorte é que é nos momentos em que está doente que vou buscar forças, sei lá onde.
Vou cuidar dele, porque quer colinho...adormecê-lo e trabalhar, pela noite dentro...se me deixar.
Um beijinho gde
Ohhhh!!! Amiguinha, é nestas alturas que dá jeito ter uma "sogra" por perto...
Se já com um não é fácil, nem imagino com dois. MAs sei que estás a ser uma excelente mãe, essas duvidas que sentes são normais e todas as mães as sentem não te preocupes, e os teus meninos são iguais a todos os outros, estão nessa fase de testar limites, vais ter que esperar que cresçam mais um pouco.
Um bj cehio de força
Susana
Querida amiga, a verdade é que passamos a vida a questionar-nos sobre as coisas. As perguntas diferem de fase para fase mas a atitude permanece. No fundo isto quer dizer que a vida é uma constante prova de força, de inteligência, de persistência.
É uma fase complicada, essa que passas mas vais passá-la com distinção apesar de todas as dúvidas que te assolam. É normal, és humana, és mulher.
Um beijo grande
como te entendo... e eu só tenho uma versão, imagino-me com dois... já estava internada!!!
beijos
Acredito que a tua vida esteja em suspenso, mas no último parágrafo dizes tudo: "...porque desde há 20 é por eles e para eles. Senão também não fazia sentido."
;)
Força!
Beijinho
Apesar de ter apenas uma , percebo perfeitamente o que dizes e tb tenho alturas assim... Tb tenho saudades de tanta coisa, de ter tempo para mim e decidir segundo apenas a minha vontade... Mas ambas sabemos que não trocaríamos a vida de hoje pela de ontem...
Essa nuvem negra vai desaparecer em breve e vais ver o sol outra vez!
Mil beijos***
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