domingo, julho 30, 2006

Voar...

"O céu é o lugar onde o ar é gelado e onde respiras e vives, onde desejas poder flutuar, sonhar, correr e brincar todos os dias da tua vida. O céu existe para todos, mas só alguns ousam buscá-lo."


In Estranho à Terra

quarta-feira, julho 26, 2006

With arms wide open

Este é o nome de uma música que gosto muito. Hoje, acordei ao meio da noite, com esta frase na minha cabeça, e soube que ela revelava o meu estado de espírito e também soube que seria o título deste post, hoje, para todas vocês.

Foi de facto de braços bem abertos que recebemos hoje, dois novos passageiros nesta viagem, não sabemos se a sua permanência será curta, ou se pelo contrário iniciaremos aqui uma viagem para toda a vida. Esperamos que sintam já, o grande amor que temos para lhes dar e se esforcem para ficar.

Agora, aguardamos serenamente, o desfecho deste capítulo, mais um, feito de altos e baixos, encontros e desencontros, lágrimas e sorrisos. Muito mais maduros, porque ninguém fica igual depois de um ttt destes. Aqui vemos o que é a verdadeira limitação humana, passamos dias de constante sobressalto e nunca (nunca mesmo) sabemos como vai ser o dia de amanhã.

A verdade, é que a forma como somos tratadas pelos profissionais que nos seguem, é por demais importante, num processo tão delicado, que nos tráz no fio da navalha durante uma quantidade de tempo como este. Porque não é só o a fragilidade psicológica que temos ao iniciar este tipo de procedimento, o ttt em si, é muito desgastante. Daí a importância de sermos apoiados e acarinhados durante esta caminhada.

Quero por isso prestar uma singela homenagem aos profissionais que me assistiram, a todos, e muito em particular ao meu médico, que foi um verdadeiro Anjo-da-Guarda; Sempre presente, sempre com a palavra certa na altura certa, sempre calmo e carinhoso. Outro dia, dizia a uma das amigas do fórum, quando ela me perguntou quantos foliculos tinha e quanto media o endométrio, que não sabia e que não tinha perguntado porque a confiança era absoluta. Não menti, sei e sempre soube que o apoio cientifico era o melhor e que tudo o que fosse possível fazer em termos cientificos seria feito. As que já por aqui passaram sabem a importância de podermos fechar os olhos com confiança. Independentemente do resultado, sei que se fez o que tinha de ser feito.

Uma vez que hoje estou virada para a lamechice (bolas... Já estou a descambar), queria também agradecer a todas as minhas amigas virtuais, que têm tido sempre uma palavra de carinho para mim. É importante ter-vos aí.

Agora, como já estou cansada de estar a escrever só com um dedo, vou terminar por aqui, dizendo-vos que já estou fartinha de estar em casa...

Beijos a todas

segunda-feira, julho 24, 2006

Aterragem de emergência - afinal havia outra

A verdade é que, estas coisas dos tratamentos de fertilidade não são de forma alguma lineares, desiluda-se que julga que fazer uma FIV é dar umas injecções, tirar uns ovócitos e colocá-los e já está...Não é! Existem tantas variáveis neste procedimento, tantas alterações infinitesmais, que não podemos m caso nenhum, julgar que as favas são contadas, que aquilo que resultou com o A ou o B vai resultar connosco, ou vice versa.

Antes de prosseguir quero dizer-vos que dos meus 13 ovinhos, 9 fertilizaram nas primeiras 24 horas, e nas 48 horas seguintes, desses 9, morreram 3.

Mal soube da noticia liguei para o A e disse-lhe:

"Vais ter 9 filhos!"
"9??? Estás mas é doida!"-respondeu-me ele.

Vejam lá a falta de romantismo do homem...

Pois e no Sábado, como sabem tive um casamento. Devo dizer-vos que acordei muito bem no Sábado de manhã, não me doía nadinha, o elefante tinha deixado a minha barriga em paz. E devo dizer-vos que o casamento foi muito bonito, mas, como todas as festas deste género, foi extremamente cansativo. Conclusão, ao ínicio da noite, o elefante decidiu alojar-se de novo na minha barriga, e tive de vir a correr para casa.

O Domigo foi para esquecer, estava toda inchada e parecia que tinha comido o elefante... O sogro diagnosticou: Inflamação ovárica - Cama, gelo e benuron de 4 em 4 horas...

Confesso-vos que nestes momentos é dificil conter a ansiedade e as lágrimas teimam em cair, porque num processo tão moroso e tão delicado, qualquer coisinha coloca tudo em risco. Esta noite foi difícil, mas de madrugada o elefante cedeu um bocado e pude descansar.

De manhã claro, ligar para quem de direito, aguardar uma orientação. Depois de ouvir uma rabecada, de quem percebe muito mais do que eu e me tinha recomendado (várias vezes) moderação e descanso, lá me foi dito para manter o repouso e o benuron, e aguardar a evolução do quadro. Para ver se na 4ª feira podemos transferir os pseudo babys.

Portanto, escrevo-vos de mais um aeroporto forçado, a minha cama. Neste momento, sinto-me melhor, se estiver deitada não me dói nada, o caso muda de figura se me levanto e começo a caminhar, parece que abana tudo cá dentro... Mas se pensar em como estive ontem... Hoje estou 80% melhor.

Portanto, minhas queridas amigas, tudo o que me resta nesta fase é fazer calos na cama, e aguardar a evolução dos acontecimentos. Como diz a nossa amiga Claudia: "É sofrer até ao fim..."

Antes de me despedir, tenho de deixar aqui uma referência especial á minha querida Tica, que apesar de ausente, está sempre sempre presente, e delapida o orçamento familiar e enriquece as operadoras de telemóveis por minha causa. Amigas assim não existem muitas. Amiga (eu sei que vais ler isto) OBRIGADA POR TUDO!

Beijos a todas

sexta-feira, julho 21, 2006

Número: 13

Hoje amanheceu azul, a temperatura não era nem muito alta nem muito baixa. A calma era relativa, na verdade não tenho muita tendência para me preocupar com aquilo que não controlo. É como ansiar por um dia de sol, quando temos uma festa especial... Não vale a pena sofrer por isso, o que tiver de ser será. Por isso falo desta minha experiência como se de uma viagem se tratasse.

Cheguei cedo ao hospital, já sabia que ia ser a única punção, o que de alguma forma me deixou mais relaxada. É melhor sabermos que estamos ali á vontade, que os médicos estão á vontade, sem pressas.

Quem já conhece este procedimento, sabe como é, quem não conhece... Espero que nunca tenha necessidade de conhecer. De facto, não é um "bicho de sete cabeças", devo dizer-vos que o profissionalismo das pessoas que me atenderam era muito grande, aliás, até ao momento não tenho que dizer nada de mal do atendimento no sítio onde ando a ser seguida. Tem sido tudo excelente!

Depois, de toda a parafrenália, depois da soneca, lá acordei e lembro-me da primeira coisa que perguntei: "Quantos foram?"

O subconsciente é de facto fantástico...

"12, foram 12!"

Voltei a dormir. Parecia que tinha sido pisada por um elefante... Mas tinha tido 12... Achei que era bom. O elefante continou a pressionar a minha barriga, comecei a despertar...

Fui despertando aos poucos, e tive direito a um garrafão de analgésico intravenoso, mas o elefante teimava em não tirar os pés de cima de mim... Agora estou melhor, ele tirou um dos pés...

Veio a médica: "Afinal são 13!"

"Cruzes... Sou uma ave rara!" . Disse eu.

Agora aguardo, amanhã saberei se as células fundem ou não. Há sempre a hipotese de não o fazerem. Conservo os meus pés onde sempre os tive... No chão.

Beijos a todas e obrigada pelo vosso carinho.

PS. Amanhã tenho um casamento, até lá espero que o elefante tire a patorra da minha barriga.

segunda-feira, julho 17, 2006

A viagem continua - Parte 55

Apesar da canícula que assola o nosso país por estes dias, apesar dos pesares, a minha viagem continua.

Na sexta-feira passada, uma aterragem de emergência. Parecia que o "avião" estava com problemas. Felizmente, foi só o susto, o retomamos a viagem após uma ecografia onde se verificou que estava tudo bem.

Hoje, mais uma escala, fez-se a primeira ecografia (na sexta foi só para ver se estava tudo bem). Parece que o organismo está a reagir bem e que se pode prosseguir sem sobressaltos, os "bichinhos" estão grandinhos e o endométrio bem.

Na quarta-feira faço mais uma escala, só espero que mais fresquinha, porque 37,5 º logo ás 10h00 da manhã é uma dose muito grande.

Beijos a todas

quarta-feira, julho 12, 2006

A primeira vez

Há sempre uma primeira vez para tudo, e o mais usual nas "primeiras vezes", é nós nas "segundas" vermos como fomos tansas. E isto acontece, em geral para tudo na vida.

A mim, aconteceu-me, recentemente uma primeira, foi com o Gonal. Esse grande amigo que vem numa embalagem tipo foguetão, que aterroriza só de olhar para ela.

Então vai a moça (euzinha) e pega no gonal. Sou invadida por suores (agora depois que me puseram na menopausa dá-me para isto); Pego na agulha, coloco no sítio (conforme as instruções que decorei de tanto ler); Carrego a dose; Certifico-me pela milionésima vez que a dose está correcta...

Faço uma pausa, respiro fundo...

Faço a prega na barriga e "zás"! Espeto a agulha! Não sinto nada (olho para ver se a agulha está mesmo espetada... está!)!

Carrego no botão da injecção, continuo a não sentir nada (ai que horror isto não é possível). Carrego até não poder mais... Espero... Nada! Tiro a agulha e olho!!

Olho para a barriga, olho para a caneta, fico na dúvida. Bolas será que me injectei ou não? Volto a olhar para a caneta... Volto a olhar para a barriga...

Fico na dúvida, depois de quase duas semanas de tormento, a injectar uma coisa maravilhosa chamada suprefact, seringas cheias, e muito cuidadinho a injectar para não doer. Eis que me surge o fantástico Gonal que me colocou na dúvida.

Ligo para a minha Tica:
- "Amori então eu não senti nada será que não injectei porcaria nenhuma?"
Responde-me ela:
- "É normal eu também passei pelo mesmo... Marca a parte de fora da caneta para teres a certeza que desce!"

Então os gajos mandam uma mulher tomar uma coisa destas? Sujeita a eu injectar uma dose em cima da outra por julgar que não estava injectar-me...

Bem, confesso que na segunda vez, já mais há vontade, reparei que a caneta tem um medidor lateral e que se estivermos atentas vemos descer o nível. Por isso, na segunda já me ri um bocado da minha parvoíce.

É por isso que vos digo, as "primeiras vezes" são sempre tramadas!

Beijos a todas e obrigada pelo vosso carinho

domingo, julho 09, 2006

O Suprefact, O Gonal e Eu...

Definitivamente uma mistura explosiva!

terça-feira, julho 04, 2006

A viagem continua

Antes de mais quero esclarecer as minhas leitoras mais distraídas, e dizer-lhes que não estou de férias, a sobrevovar o Oceano Atlântico com o PC na mão a escrever posts no meu blog. A minha viagem, esta de que vos falo, é bem menos agradável do que as que costumo fazer.

E depois, meus amores, é certo que gosto muito de todas, mas acham mesmo que eu ia de férias e continuava a escrever??

Esta é uma viagem ao interior da infertilidade, no que ela tem de pior. Porque desengane-se quem pensa que a FIV é o fim da caminhada. Não é! É só o ínicio de uma viagem mais ou menos dolorosa dependendo dos casos, mas uma coisa é certa, não é linear, isso nunca é.

Quero dizer-vos que a viagem segue sem muitos sobressaltos, e que vou fazer a primeira escala já na quinta-feira. Mais uma aterragem e outra descolagem para mudar o combustível. Vamos lá a ver como corre.

Beijos a todas.