quinta-feira, março 30, 2006

"Quem me dera ter um filho" - The final cut


Acho que está na hora de terminar esta pequena saga sobre este livro. Foi muito bom constatar que todas gostaram, e melhor ainda, que muitas querem comprar este livro (acho que vou ligar para a Editorial Presença para pedir uma comissão).

O final não será por mim desvendado, até porque acho que perde a piada toda para aquelas que pretendem comprar o livro. As outras se pretenderem saber o final contactem-me nesse sentido que responderei individualmente.

"(...) Estou a ovular. Anda, rápido, vem para casa, temos de fazer amor já.
- Estou a meio de uma reunião. Quando estiver despachado, telefono-te.
- Não, James, preciso que venhas imediatamente para casa.
O que estava ele a fazer? Era vital que tivessemos relaçõess já. Naquele preciso momento, em que estava a ovular.
- Ligo-te mais tarde.
- Não James, anda...
Já tinha desligado. Atirei com o telefone à parede. Tinha levado quatro meses e meio a chegar àquele ponto, e agora ele ia estragá-lo chegando a casa tarde e o óvulo ir-se-ia embora, ou murcharia, ou fosse lá o que fosse. Precisávamos de fazer sexo imediatamente. Pus-me a andar de um lado para o outro da sala, a hiperventilar.(...) Raios me partissem se ia ficar à espera mais um minuto que fosse. Agarrei nas chaves do carro e fui(...).

"Tinha consciência de que estava a um passo de ficar maluca, mas tinhamos mesmo de fazer amor o quanto antes. De que valia seguir o tratamento se a seguir não tinhamos relações? Uma parte de mim estava zangada com o James por ele não perceber a importância de passarmos à acção no momento exacto. Mas também sabia que teria de fazer as pazes com ele para que ainda houvesse alguma esperança de fazermos amor naquele dia, por isso fui comprar-lhe uma camisa nova(...)"

Acerca de um amigo que tinha comunicado o nascimento de um segundo filho, logo após a notícia de mais um negativo:

"Sentei-me dentro do carro e tentei apaziguar o grito de dor que sentia mesmo por baixo do peito. Sabia que se o deixasse sair cá para fora, não seria capaz de o controlar. Respirei fundo... inalar, expirar, inalar, expirar. À medida que me ia acalmando, a minha angústia foi sendo substituída pela raiva e pelo ressentimento. Por que raio é que tudo aquilo era tão fácil para a Jess? Como é que ela era capaz de ter filhos como coelhos? Por que é que as coisas corriam duma forma tão tranquila à Jess, e à Imogen, e a toda a gente no raio do mundo inteiro? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Agora ia ter de ir visitá-la ao maldito hospital, e sorrir, e arrulhar com o bébé, e fingir que eram as melhores notícias que alguma vez recebera. Tinha ganas de matar alguém. Queria bater com o carro contra um muro. Aaaargh. Quanto mais é que seria obrigada a aguentar?"

A ida à maternidade visitar o novo rebento:

"Eu tinha começado a chorar. Sabia que tinha de sair dali antes de me ir completamente abaixo. Lá consegui dizer atabalhoadamente: - Tenho de ir andando - e saí disparada pelo corredor fora, indo de encontro a pais e mães extasiados pelo caminho. Não era capaz de respirar. Sentia-me como se me estivesse a afogar. Consegui chegar ao carro, sair do parque de estacionamento e descer a rua. Estava a chorar tanto que não via nada à minha frente. Só precisava de chegar a casa antes de me ir desfazer por completo em lágrimas. Precisava da segurança da minha casa. Carreguei no acelerador. Mais depressa, tinha de ir mais depressa.(...)

Só quando um carro da polícia encostou ao meu (...) me apercebi de que era a mim que estavam a perseguir (...).

Não fui capaz de me conter. Estivera o dia todo a ameaçar sair cá para fora. Um grito de angústia saiu-me da garganta. Sentei-me na beira da estrada e comecei a soluçar descontroladamente (...)

- Não percebo... Este tem sido o pior dia da minha vida... dezasete meses e nada... nenhum bébé... e eu fui visitar uma amiga que acabou de ter um bébé... e foi tão dificil... tantas mães e tantos bébés... todos tão felizes... tanto amor nos olhares... por isso tive de me vir embora... e vinha a conduzir e a chorar... eu não tenho nada... nenhum bébé... só exames e medicamentos horríveis que me põem louca... e o meu marido detesta-me... bom, ele não detesta, mas ando a dar com ele em maluco... ando a dar comigo em maluca... é tão dificil... Por que é tão dificil ter um bébé?"


E pronto amigas, termino por aqui este relato, queria deixar para o fim as partes mais dramáticas do livro para que entendessem, por que é que no primeiro dia vos disse que este livro me fez chorar de rir, para logo de seguida ser levada às lágrimas de verdade e de puro sentimento.

É tão fácil para mim rever-me nestes relatos, na verdade vejo cada uma de vós expressas neles, e pergunto a mim mesma quantas de nós aguentarão esta pressão a que estamos sujeitas e quantas ficarão pelo caminho da esperança... A ver vamos.

Beijos para todas!



13 comentários:

Bem Me Queres disse...

Obrigada por nos poupares o final....está aqui um livro que quero comprar e acho que perdia a piada se já soubesse como termina.
Qt ao Xeque ao Rei, vais adorar! Eu pelos menos estou....
Beijinhos doces
Cláudia

Xana disse...

oh!! Acabou!! pronto vais fazer-me comprar o liVro!!
beijos

Musa disse...

Amiga, adorei esta série de posts sobre o livro e estou ansiosa por comprar!
Muitos muitos beijinhos,
Musa

amiguita disse...

Amanhã vou dar-te um grande beijinho e agradecer por me fazeres relembrar o quanto este livro é divertido.

*CC* # *Ruca* disse...

Olá, foi muito bom ler esta história e claro q tb eu fiquei com vontade de comprar o livro.

Obrigada

Beijocas
CC

cris disse...

Eu já o li livro, por isso sei qual o final, mas gostava de saber se gostas-te do final??
Beijos

Unknown disse...

Amiga,
Gostei muito do final cut (adorei a ideia) e definitivamente, vou comprar esse livro!!!
Um beijinho grande
Alexandra

... disse...

Eu tb quero ter este livrinho! Será que na Bertrand tem?

Adirei estas passagens!

Beijinho kida
Bacokinha

Anónimo disse...

Até eu quero comprar este livro mas só quando aí for de férias que aqui não me parece que tenham...
Bjs e bom fim de semana!

Anónimo disse...

Olá, amiga :))

Pois é mesmo assim, quando é realmente necessário acontecem destas coisas... LooooL.... E o final da história??? Cá dê ela???
Eu digo o final... Então vem aí a estrelinha fresca e fofa depois dessa loucura (saudável)...
Beijokinhas
Matilde

Lília disse...

Pois é, a editora irá com certeza perguntar porque é que de repente este livro se começou a vender num abrir e fechar de olhos.
Vais mesmo ter de pedir uma comissão, eh, eh.
Eu vou comprar. Adorei o que nos deste a conhecer.
Obrigada,

Lita

1gota disse...

Estive agora a ler os 5 posts do livro!
Amei!
Tb quero, tb quero! :)

Anónimo disse...

Por que nao:)